Com o verão a chegar em força e as primeiras ondas de calor já a fazerem sentir-se na Europa, é cada vez mais urgente falarmos sobre os limites do corpo humano perante temperaturas elevadas. No último sábado, por exemplo, a Agência Meteorológica Estatal Espanhola (AEMET) emitiu um alerta para a primeira grande vaga de calor do ano, com temperaturas acima dos 35 °C — um cenário que já não nos é estranho, mas continua a ser preocupante.
Sabemos que a temperatura corporal normal ronda os 36 a 37 °C, embora possa variar ligeiramente com a idade, o estado de saúde ou a atividade física. No entanto, quando o corpo é exposto durante longos períodos a ambientes muito quentes, essa temperatura pode subir perigosamente — em alguns casos extremos, pode mesmo atingir os 50 °C.
Estudos recentes realizados por uma equipa de investigadores da Universidade de Roehampton, no Reino Unido, indicam que o limite de tolerância térmica para os seres humanos situa-se entre os 40 e os 50 °C. Acima disso, o risco para a saúde torna-se real e imediato. Embora ainda não compreendamos totalmente todos os efeitos do calor extremo, sabemos que este representa um enorme desgaste energético para o corpo humano.
Quando a temperatura corporal sobe demasiado, o corpo entra em modo de defesa. Trabalha intensamente para manter o equilíbrio térmico e evitar o sobreaquecimento. Se a temperatura interna sobe apenas um ou dois graus, a maioria de nós conseguirá lidar com isso. Mas quando ultrapassa os 40 °C, entramos em território perigoso.
Entre os problemas possíveis estão a desnaturação das proteínas — ou seja, deixam de funcionar corretamente — e o colapso de funções vitais, como a regulação do sistema nervoso e cardiovascular. A consequência? Diminuição dos níveis de oxigénio, ritmo cardíaco alterado, desmaios, e em casos mais graves, falência de órgãos ou até a morte.
As dores de cabeça, tonturas, fadiga e desidratação são alguns dos primeiros sinais de que algo não está bem. Por isso, é fundamental seguirmos algumas recomendações essenciais durante os dias de muito calor:
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Beber água com frequência, mesmo sem sede.
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Evitar a exposição solar direta entre o meio-dia e as 18h.
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Usar roupas leves, frescas e de cores claras.
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Procurar locais com sombra ou climatizados sempre que possível.
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Evitar esforço físico nas horas mais quentes.
O verão pode ser sinónimo de descanso, praia e lazer, mas também exige atenção redobrada com o nosso corpo. Afinal, o calor pode ser silencioso — e fatal. Manter-nos informados e atentos é a melhor forma de aproveitar esta estação em segurança.