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Óbito: Morreu a compositora russa Sofia Gubaidulina

14 Março 2025
Forever Young com Lusa

Tinha 93 anos

A compositora russa Sofia Gubaidulina morreu na quinta-feira, aos 93 anos, informou a família nas redes sociais.

Gubaidulina, uma das principais compositoras contemporâneas, criadora de “Concerto Offertorium”, deixa um legado de mais de uma centena de obras que moldaram o panorama musical do século XX.

Sofia Gubaidulina morreu na Alemanha, na sua casa perto de Hamburgo, onde residia desde 1991, de acordo com editor Boosey & Hawkes, que a definiu como “grande dama da música”. Para a compositora, uma das mais sacrificadas pelas autoridades da antiga União Soviética (URSS), a criação artística era indissociável da liberdade de consciência, como disse aos jornalistas portugueses em 2011, em conferência de imprensa, quando o Centro Cultural de Belém dedicou um ciclo à sua obra.

Na altura, questionada sobre o que mudou na sua composição com a saída da ex-URSS para a Alemanha, a compositora disse que lhe trouxe acesso à informação e com ela a possibilidade de ficar a par do que se passava no mundo artístico globalmente.

Para a compositora, então com 79 anos, o facto de ter ido viver para uma aldeia próximo de Hamburgo trouxe “liberdade de pensamento e proximidade com a natureza”, que qualificou de essencial para a criação artística.

“Foi um momento de libertação da alma para a criação. A partir daqui, surgiu uma possibilidade de abertura para uma criação muito mais livre, de poder utilizar tudo, o que não acontecia antes”, disse, então, em russo.

Assim, “houve a possibilidade de mergulhar na consciência” e, por outro lado, sair de cidades industrializadas, como Kazan e Moscovo, “cheias de compromissos”, para um sítio próximo da natureza.

Sofia Gubaidulina, a mulher que mais longe foi como compositora na Rússia, situa-se entre os maiores vultos dos criadores do século XX e início do século XXI. Mas a sua carreira sofreu por a sua obra não se enquadrar com os cânones do chamado “realismo socialista”.

Sofia Gubaidulina nasceu em 1931 na Tartária, na União Soviética, numa família tártaro-russa. O avô tártaro, Masgud Gubaidulin, era um líder religioso islâmico, mas ela escolheu a religião cristã ortodoxa da mãe, uma pedagoga russa.

Tinha apenas 04 anos quando iniciou os estudos de música, que prosseguiu no Liceu Musical de Kazan, capital da Tartária.

Em 1954, começou a estudar composição e piano no Conservatório de Moscovo, tendo recebido a Bolsa de Estudo de Estaline, concedida a estudantes particularmente dotados. Entre os seus mestres estiveram pedagogos como Albett Leman, Grigori Kogan e Iúri Chaporin.

“Desejo-lhe que avance pelo caminho ‘incorreto’”, disse-lhe então o compositor russo Dmitri Chostakovitch, um dos mais marcantes do século XX e outro dos mais marginalizados pelas autoridades de Moscovo.

Em 1969 e 1970, Gubaidulina trabalhou no Estúdio Experimental de Música Eletrónica do Museu Skriabin de Moscovo e compôs a peça “Vivente – non vivente”. Na época, dedicou-se também à composição de música para cinema, tendo escrito para 25 filmes soviéticos, entre os quais “A gata que andava sozinha”, de Ideya Garanina.

A partir de 1975, dedicou-se à improvisação, com outros compositores, como Victor Suslin e Viatcheslav Artiomov. O regime soviético, porém, não tolerava inovações no campo da música clássica, nem admitia que obras de vanguarda fossem interpretadas no estrangeiro sem autorização.

No VI Congresso da União dos Compositores Soviéticos, Sofia Gubaidulina e mais seis compositores foram “crucificados” pelos “comissários do realismo socialista”.

“Obras compostas só em prol de combinações sonoras estranhas e de efeitos excêntricos, onde a ideia musical, se existir, se afoga irremediavelmente na corrente de ruídos insuportáveis, de gritos bruscos ou murmúrios incompreensíveis”, declarou Tikhon Khrenikov, dirigente da união.

A história repetia-se. Em 1948, no I Congresso da União dos Compositores da URSS, músicos como Serguei Prokofiev e Dmitri Chostakovitch tinham sido acusados de “cacofonia sonora”.

As obras de Gubaidulina, e dos outros compositores proscritos, não podiam ser transmitidas pela rádio e televisão da URSS, nem ser interpretadas em concertos.

Maestros como Simon Rattle, Guennadi Rojdestvenski, Kurt Masur, Valery Gerguiev e solistas como Mstislav Rostropovich, Anne-Sophie Mutter e Guidon Kremer inverteram a situação e levaram a obra de Gubaidulina para as salas mundiais de concerto, da Europa ao continente americano.

Em Portugal, o pianista Filipe-Pinto Ribeiro tem sido um dos principais divulgadores da obra da compositora, recorrentemente presente em festivais e em temporadas de música de instituições como a Fundação Calouste Gulbenkian e a Casa da Música.

Misturando influências eslavas, tártaras, judaicas e ortodoxas russas, o universo da música de Sofia Gubaidulina é caracterizado por uma variedade de sons, ritmos selvagens, descrições musicais apocalípticas e paradisíacas, segundo o perfil da compositora.

MAG (NL/JM) // SSS

Lusa/fim

 

 

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