Foi o primeiro e único cardeal angolan. Era o mais idoso membro do Colégio dos Cardeais.
Nascido em Malanje, em 1 de Março de 1925, foi ordenado padre em Roma em Dezembro de 1952. Foi professor de Teologia e redactor-chefe do jornal católico O Apostolado, no seu regresso a Angola. O seu envolvimento com sectores independentistas levou Salazar e o regime ditatorial do Estado Novo a desterrá-lo para Lisboa, em 1961, com residência vigiada. Com ele, vieram vários outros padres, incluindo Joaquim Pinto de Andrade, um dos fundadores do MPLA (Movimento Popular de Libertação de Angola) e Manuel Fanklim da Costa (mais tarde bispo de Lubango).
Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, evocou o “seu antigo colega da Faculdade de Direito, notável personalidade angolana e figura da Igreja Católica”, que deixou “uma intensíssima vida de quase um século”, como “teólogo, filósofo e humanista”.
O patriarca de Lisboa, Rui Valério, destacou a capacidade do cardeal Nascimento saber “encarnar o amor a Deus que leva ao serviço simples e humilde aos irmãos” e o seu empenhamento na “construção de uma sociedade mais justa e promotora da dignidade humana”.