<br><br><div align="center"><!-- Revive Adserver Asynchronous JS Tag - Generated with Revive Adserver v5.5.0 -->
<ins data-revive-zoneid="25" data-revive-id="6815d0835407c893664ca86cfa7b90d8"></ins>
<script async src="//com.multipublicacoes.pt/ads/www/delivery/asyncjs.php"></script></div>
Partilhar

Opinião: Afinal a canábis serve para tudo?

6 Dezembro 2022
Sandra M. Pinto

Artigo de opinião de Carla Dias, Presidente do Observatório Português de Canábis Medicinal (OPCM)

A canábis é uma planta que possui propriedades medicinais decorrentes da sua composição única, mais de 100 canabinoides e outros compostos como terpenóides e flavonoides.

Por Carla Dias, Presidente do Observatório Português de Canábis Medicinal (OPCM)

Ninguém tem dúvidas que o efeito terapêutico atualmente descrito com maior robustez científica se deve à ação do THC (delta-9-tetrahidrocanabinol) e do CBD (canabidiol). Mas… será que a esta enorme tendência criada maioritariamente em torno do CBD e que parece apontar a canábis medicinal como remédio para todos os males está correta? Não!

Não é de agora que existem necessidades médicas não cumpridas, ou seja, doentes que sofrem de patologias que não respondem às terapêuticas aprovadas e, por isso, habitualmente prescritas pelos médicos. Na perspetiva do doente, do seu cuidador informal, família e amigos, o que mais importa quando essas situações acontecem é encontrar alternativas que ajudem no combate a essa condição. Estejamos nós a tratar de uma dor que não passa, de uma doença oncológica ou das consequências dos tratamentos da mesma, de uma epilepsia refratária infantil, ou de qualquer outra condição.

De facto, essa falta de alternativas médicas eficazes abre espaço para que o CBD se torne numa esperança para muitos doentes e suas famílias. Os dados disponíveis são consistentes na demonstração de eficácia em múltiplas indicações, entre outros motivos, também pelo seu poder analgésico, anti-inflamatório e anticonvulsivante.

A disseminação desta informação, a par com a venda de produtos on-line contendo CBD, a abertura de lojas físicas por todo o país, as notícias na televisão e em outros meios de comunicação que difundem informação de que o CBD é legal e pode ser administrado em múltiplas patologias, arrasta diariamente uma série de doentes e suas famílias, para uma sensação de conforto, uma vez que finalmente vão poder ter acesso a mais uma tentativa no combate à doença que enfrentam.

Até aqui, tudo parece normal, e até correto! Mas, existem várias questões que têm de ser rapidamente resolvidas para bem da saúde de todos.

Comecemos pela forma como estes produtos são comercializados. Se estamos a falar de patologias que não respondem aos fármacos habitualmente prescritos, de doentes oncológicos, polimedicados, pediátricos, deveríamos estar então a discutir o acesso a fármacos devidamente aprovados pelas autoridades competentes e comparticipados pelo Estado, para que possam ser prescritos por um médico e dispensados em farmácia. No entanto, estamos a ser “empurrados” para a aquisição de produtos, que não são medicamentos, não são controlados, que são vendidos por pessoas sem formação em saúde, sem qualquer monitorização por parte de profissionais competentes e que, legalmente, nem sequer são considerados suplementos alimentares. Aqui começa o grande problema! Atualmente, nós cuidadores, a família, os doentes, por forma a aceder a uma substância que já demonstrou ter benefícios terapêuticos recorremos a produtos que não estão aprovados para uso humano.

Atualmente, são estes produtos que todos nós – Associações de Doentes, Profissionais de Saúde e Comunicação Social – erradamente designamos de Canábis Medicinal!

Escrevo erradamente, porque infelizmente, à data, apenas existe um produto aprovado pela entidade reguladora do medicamento em Portugal. Existe apenas um produto de canábis medicinal disponível para os nossos doentes. Um fármaco, que como todos, tem indicações terapêuticas aprovadas, tem vantagens e desvantagens. Que ainda bem que existe, pois ajuda alguns doentes! Mas… não vem colmatar todas as necessidades dos doentes. Não serve para todos!

É crucial tratar as terapêuticas pelos nomes corretos e importa também entender que a canábis medicinal tem regras não servindo para todas as indicações terapêuticas. Infelizmente, esta solução não está a alcançar todos os que dela necessitam por não haver mais opções terapêuticas aprovadas no nosso país e porque a existente não é ainda comparticipada.

O uso de medicamentos, preparações ou substâncias à base da planta da canábis para fins medicinais depende da avaliação clínica do médico, que só poderá passar a respetiva prescrição com base na lista de indicações terapêuticas previamente aprovadas pelo Infarmed: espasticidade associada a esclerose múltipla ou lesões da espinal-medula; náuseas ou vómitos (resultantes de quimioterapia, radioterapia e uma combinação de terapia para o VIH e medicação para a hepatite C); estimulação do apetite nos cuidados paliativos de doentes sujeitos a tratamentos oncológicos ou com SIDA; dor crónica (associada a doenças oncológicas ou ao sistema nervoso, como por exemplo na dor neuropática causada por lesão de um nervo, dor do membro fantasma, nevralgia do trigémeo ou após herpes-zóster); síndrome de Gilles de la Tourette; epilepsia e tratamento de transtornos convulsivos graves na infância, como as síndromes de Dravet e de Lennox-Gastaut, e glaucoma resistente à terapia.

Necessitamos urgentemente que as entidades competentes parem de olhar para a canábis medicinal como um negócio de exportação e que sejam céleres na aprovação de novas alternativas terapêuticas. Que deixem de empurrar os doentes e as suas famílias para lojas que, apesar de serem até agora a tábua de salvação por garantirem acesso a CBD, vendem produtos que não são submetidos a processos complexos de introdução no mercado e, por isso, não existem garantias sobre a sua qualidade, eficácia e segurança, apresentando eventuais perigos para quem os administra.

Mais Recentes

Três dias de vinho, gastronomia, música e experiências imperdíveis: saiba onde e não perca

há 8 minutos

Esquizofrenia: campanha dá rosto à doença e mostra que viver com autonomia é possível

há 24 minutos

Elevando o luxo: companhia aérea revela novas melhorias na Primeira Classe

há 27 minutos

Nem amêndoas nem avelãs: este é o fruto seco que ajuda a baixar o colesterol

há 47 minutos

Dia Mundial da Esofagite Eosinofílica: «Doença crónica afeta funções vitais como comer e beber», Armando Peixoto, gastrenterologista

há 1 hora

Entrevista: «Cancro do esófago é um tumor maligno que corresponde ao 7.º cancro mais frequente a nível mundial, Anabela G Barros, oncologista

há 1 hora

Octant Évora abre as portas da Enoteca: uma experiência enogastronómica única no Alentejo

há 17 horas

Bebidas energéticas contêm um ingrediente que acelera o desenvolvimento de cancro no sangue

há 17 horas

«Cérebro congelado»: este é o grande mal do nosso tempo, diz especialista

há 17 horas

Se já só pensa nas férias, saiba que estes são os 30 países a visitar em 2025 (Portugal está na lista)

há 18 horas

Surpreenda-se: estes alimentos têm uma hormona que ajuda a perder peso

há 18 horas

De forma natural, aprenda como aumentar a testosterona depois dos 50 anos

há 18 horas

«Inclua este fruto seco no pequeno-almoço e melhore o seu desempenho durante a tarde», revelam especialistas

há 19 horas

Óbito: Morreu o realizador e guionista espanhol Mariano Ozores

há 19 horas

Estudo confirma que a típica máquina de lavar roupa pode esconder riscos para a saúde

há 19 horas

Consumidores europeus processam 7 companhias aéreas por cobrarem (indevidamente) bagagem de mão

há 19 horas

Autoridades vão começar a verificar os porta-luvas de milhares de carros: este é o item obrigatório em todos os veículos

há 20 horas

Esta vitamina ajuda a prevenir cataratas e melhora a visão

há 20 horas

«Se acha que esta é “comida de pobre” está muito engando», avisa especialista

há 20 horas

Festival da Canção: investigação sugere que «Israel usou publicidade institucional para mobilizar votos»

há 21 horas

Subscreva à Newsletter

Receba as mais recentes novidades e dicas, artigos que inspiram e entrevistas exclusivas diretamente no seu email.

A sua informação está protegida por nós. Leia a nossa política de privacidade.