As estimativas apontam que mais de 400 mil portugueses sejam doentes com insuficiência cardíaca (IC), uma condição crónica que se caracteriza pelo enfraquecimento e dificuldade do coração bombear sangue para o resto do organismo, comprometendo as funções dos órgãos.
Por Rui Campante Teles, coordenador do Projeto Valve For Life/Corações de Amanhã, da APIC
Considera-se ainda que esta é uma das principais causas de hospitalização na população idosa e que a sua prevalência continue a aumentar nos próximos anos.
Deste modo, é com o envelhecimento que a probabilidade de desenvolver esta condição aumenta e, muitas vezes, os seus sinais de alerta são negligenciados e associados à idade crescente, como é o caso do cansaço e do inchaço dos pés e pernas (edema). No entanto, é crucial estar atento, especialmente se apresentar outros sintomas, como problemas no sono associados a dificuldade respiratória, tosse com expetoração, barriga inchada, tonturas, desmaios e taquicardia.
Estes sintomas podem ter uma relação direta com a existência de problemas do foro cardíaco, como o enfarte agudo do miocárdio, hipertensão arterial, miocardite e a doença valvular cardíaca (DVC). No caso da DVC, que engloba condições como a estenose aórtica, insuficiência mitral e regurgitação tricúspide, existe a presença de uma válvula cardíaca disfuncional e o seu funcionamento débil poderá levar a que se desenvolva um quadro clínico de IC.
Instala-se um ciclo vicioso que conduz ao agravamento de sintomas. Uma das nossas grandes preocupações prende-se com a diminuição acentuada da qualidade de vida que limita, assim, a independência pela incapacidade de fazer esforços, pelo desconforto que estes provocam, pelas tonturas e insegurança que despertam.
Assim, é primordial estar atento aos pequenos alertas de insuficiência cardíaca, especialmente quando já apresenta condições cardiovasculares e já se enquadra numa faixa etária mais elevada.
É igualmente importante proteger a saúde do coração, adotando estilos de vida saudáveis como: não fumar; reduzir o colesterol; controlar a tensão arterial e a diabetes; fazer uma alimentação saudável; praticar exercício físico; vigiar o peso e evitar o stress.