Batizada de Aire-DM (Estimativa de Risco AI-ECG para Diabetes Mellitus), a tecnologia identifica pacientes com risco elevado de desenvolver a condição até 13 anos antes do aparecimento dos primeiros sintomas, permitindo intervenções preventivas precoces.
A inovação, que será testada inicialmente no Imperial College Healthcare NHS Trust e no Chelsea and Westminster Hospital NHS Foundation Trust, em Londres, é uma aposta do NHS para conter o avanço de um dos maiores desafios globais de saúde pública. Estima-se que mais de 500 milhões de pessoas em todo o mundo vivam com diabetes tipo 2 e que esse número alcance 1 bilhão até 2050, conforme destacou uma reportagem publicada pelo jornal britânico The Guardian.
Desenvolvida por uma equipa liderada pelos cientistas Fu Siong Ng e Arunashis Sau, no Imperial College de Londres, a ferramenta analisa eletrocardiogramas (ECGs) rotineiros para detetar alterações impercetíveis ao olho humano.
Usando dados de mais de 1,2 milhão de registros hospitalares e do Biobanco do Reino Unido, a Aire-DM identifica padrões sutis nos sinais elétricos do coração que indicam alterações estruturais e funcionais relacionadas ao diabetes, muito antes dos sintomas clínicos.
Entre os sinais identificados estão pequenas mudanças no tempo, forma ou padrões das ondas elétricas do coração, além de variações nos tempos de ativação e reinicialização elétrica. Quando combinada com informações genéticas e dados clínicos, como idade e pressão arterial, a precisão da ferramenta alcança cerca de 70%, de acordo com detalhes fornecidos pelos pesquisadores ao The Guardian.
Fontes: The Guardian e equipe de pesquisadores do Imperial College