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Perda de peso: que medicamentos estão ou não autorizados em Portugal e qual a sua eficácia

Os medicamentos em injeções ou comprimidos para ajudar a perder peso são cada vez mais procurados. Alguns são indicados apenas no tratamento da diabetes tipo 2 e não devem ser usados para emagrecer. Descubra quais os medicamentos autorizados para este fim, como atuam e quais as suas limitações.

7 Abril 2025
Forever Young com DECO
Overweight woman with measuring tape on a waistline, closeup

«Apesar de em Portugal existirem vários medicamentos autorizados para a perda de peso, muitas pessoas procuram soluções como o Ozempic para emagrecer», começa por referir a DecoProteste.

«Estes medicamentos sujeitos a receita médica e injetáveis, aprovados para tratar pessoas com diabetes tipo 2 e popularizados por celebridades, também têm efeito na redução do apetite e, consequentemente, podem diminuir o peso corporal», afirma a DecoProteste.

No entanto, «estão indicados exclusivamente para o tratamento da diabetes tipo 2 e não devem ser prescritos para o emagrecimento. A procura excessiva tem contribuído para a escassez destes medicamentos, casos de falsificação e dificuldades no acesso por parte dos doentes com diabetes. O Infarmed tem emitido várias recomendações, como a de prescrição exclusiva para pessoas com diabetes tipo 2 insuficientemente controlada e obesidade», alerta a mesma organização.

O «excesso de peso e a obesidade são definidos com base no IMC (índice de massa corporal), uma fórmula que relaciona o peso com a altura. O excesso de peso corresponde a um IMC igual ou superior a 25 e inferior a 30, e é uma condição que aumenta o risco de problemas de saúde. A obesidade corresponde a um IMC igual ou superior a 30», sublinha a DecoProteste.

Quem tem indicação para utilizar medicamentos para perda de peso?

Tratar o excesso de peso através de medicamentos deve ser uma decisão analisada caso a caso e deve ser considerada apenas quando não se consegue a perda de peso desejável com mudanças no estilo de vida. Deve ser feita uma avaliação cuidadosa dos potenciais benefícios e riscos das várias opções de tratamento (como alterações no estilo de vida, medicamentos ou cirurgia). É imprescindível que os medicamentos sejam utilizados em conjunto com uma dieta saudável e de restrição calórica, aumento da atividade física e modificação comportamental. A medicação, sem estas mudanças, é normalmente ineficaz.

Obesidade, excesso de peso e doenças associadas

Os medicamentos para perda de peso estão indicados apenas para pessoas que têm obesidade (índice de massa corporal igual ou superior a 30) ou excesso de peso (índice de massa corporal igual ou superior a 27) associado a doenças como hipertensãodislipidemia, doença cardiovascularapneia obstrutiva do sono, pré-diabetes ou diabetes tipo 2.

Tanto nos casos de obesidade, como nos de excesso de peso, estes medicamentos só devem ser considerados para quem já tentou alterar o seu estilo de vida de uma forma abrangente durante três a seis meses sem conseguir uma perda de peso significativa (pelo menos 5% do peso inicial).

Medicamentos para a diabetes, com efeitos na perda de peso

Existem medicamentos injetáveis e em compridos desenvolvidos para o tratamento da diabetes tipo 2 que também têm efeito na perda de peso. Embora sejam indicados apenas para doentes com diabetes, a sua associação ao emagrecimento tem gerado um enorme interesse. É o caso do Ozempic, solução injetável disponível numa caneta pré-cheia, e do Rybelsus (disponível em comprimidos).

O Ozempic e o Rybelsus contêm semaglutido, uma substância que imita o GLP-1, uma hormona natural do corpo que regula e controla o apetite e a glicose no sangue. O semaglutido reduz a glicemia. O modo como o faz provoca um ligeiro atraso no esvaziamento gástrico e aumenta a saciedade. O semaglutido funciona de forma semelhante ao liraglutido, a substância ativa do Saxenda (um medicamento autorizado em Portugal especificamente para o emagrecimento) e à tirzepatida, substância ativa do Mounjaro (aprovado no tratamento da diabetes tipo 2 e para a perda de peso).

Tanto o Ozempic como o Rybelsus apenas estão indicados no tratamento de adultos com diabetes tipo 2 insuficientemente controlada. Nestes casos, o medicamento é comparticipado pelo Serviço Nacional de Saúde (SNS) para o tratamento de adultos com diabetes mellitus tipo 2 insuficientemente controlada, com IMC igual ou superior a 35, como complemento à dieta e ao exercício. O Ozempic, bem como o Rybelsus, o Trulicity e o Victoza, não podem ser vendidos sem receita médica e não devem ser prescritos nem utilizados para o controlo do peso em doentes sem diabetes.

Que medicamentos para perder peso são comercializados em Portugal?

Em Portugal, estão autorizadas e comercializadas cinco substâncias ativas com indicação para a perda de peso em pessoas com excesso de peso ou obesidade. Cada uma atua de forma diferente no corpo:

  • orlistato – reduz a absorção de gordura no intestino;
  • bupropiom com naltrexona – atuam no cérebro para reduzir a fome;
  • liraglutido – imita a hormona GLP-1, que regula o apetite e os níveis de glicose no sangue;
  • tirzepatida – imita o efeito do GLP-1, que aumenta a secreção de insulina e retarda o esvaziamento gástrico, o que, por sua vez, gera sensação de saciedade. Além disso, imita também o funcionamento da hormona GIP, que também estimula a produção de insulina;
  • semaglutido – é idêntico ao GLP-1, que é um regulador fisiológico do apetite e da ingestão de calorias.

Clique abaixo para descobrir as características, as indicações e as precauções de cada medicamento.

 Orlistato (Beacita; Orlistato Ratiopharm; Orlistato Zentiva; Xenical; Orlistato Beacita; Sthen)
 Bupropiom + Naltrexona (Mysimba)
 Liraglutido (Saxenda)
 Tirzepatida (Mounjaro)
 Semaglutido (Wegovy)

Qual o custo destes medicamentos?

Nenhum dos medicamentos para perda de peso disponíveis em Portugal é comparticipado pelo Serviço Nacional de Saúde (SNS). Os preços variam bastante conforme o medicamento. Para os medicamentos sujeitos a receita médica, os custos oscilam entre 58 e 245 euros por mês de tratamento.

As injeções e os comprimidos para emagrecer são eficazes?

Embora as injeções e os comprimidos para emagrecer possam ser úteis, é fundamental lembrar que:

  • estes medicamentos só funcionam quando combinados com mudanças no estilo de vida, nomeadamente a adoção de uma dieta saudável e de restrição calórica, e o aumento de atividade física. Sem estas mudanças comportamentais, a medicação é geralmente ineficaz;
  • a resposta de cada um ao tratamento pode variar muito. Nem todos os medicamentos funcionam em todas as pessoas;
  • as metas de redução de peso devem ser realistas. Uma perda de 5% a 10% do peso inicial é considerada uma resposta muito boa, e perdas superiores a 10% são consideradas excelentes;
  • a perda de peso atinge uma estabilização após o efeito terapêutico máximo, o que pode exigir estratégias adicionais para continuar a redução de peso;
  • quando o tratamento farmacológico é interrompido, é expetável haver recuperação do peso perdido.

Medicamentos ajudam, mas mudanças no estilo de vida são essenciais

A obesidade é uma doença crónica que precisa de uma abordagem multidisciplinar, requer um tratamento de longo prazo e estratégias eficazes para a manutenção do peso. Para perder peso, o primeiro passo é adotar um estilo de vida saudável: alimentação equilibrada, menos calorias e atividade física regular.

Em caso de obesidade, perder apenas 5% do peso já traz grandes benefícios, como reduzir a pressão arterial, controlar a diabetes e aliviar dores nas articulações.

Quando estas mudanças não são suficientes, os medicamentos podem ser uma ajuda útil, sobretudo para quem tem outras condições de saúde que dificultam o emagrecimento. Contudo, para o sucesso do tratamento, é essencial ter acompanhamento médico e manter um estilo de vida saudável.

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