A ansiedade, transtorno caracterizado pelo sentimento de medo e angústia excessivos, pode não afetar somente o comportamento e a saúde mental do portador, mas também funções na fisiologia do corpo, de entre elas, uma das mais importantes, a microbiota, conhecida popularmente como flora intestinal.
É no intestino que habitam vários micro-organismos, responsáveis por manter o funcionamento vital do corpo, as bactérias, que podem ser boas ou más.
A microbiota é a comunidade de bactérias que temos dentro do intestino. Grande parte da serotonina é produzida lá. Quando ela está alterada, com predomínio de bactérias nocivas, devido ao uso de antibióticos recorrentes, essa cepa de medicamentos mata as bactérias boas e as pessoas têm a predisposição para ter uma microbiota doente, além do estilo alimentar que elas possuem contribuir bastante pra isso.
“Pessoas com stresse, ansiedade, e outros transtornos mentais apresentam uma menor diversidade microbiota intestinal. A ligação do cérebro e intestino pode ser notada facilmente quando temos mudanças no humor. Por exemplo, quando nos apaixonamos ou ficamos preocupados e irritados, sentimos alterações no intestino. Ele possui aproximadamente 500 milhões de neurónios, por isso é considerado o segundo cérebro. A destruição de parte da flora intestinal afeta a permeabilidade do intestino, o que o torna um ambiente mais pró-inflamatório, porque bactérias estranhas conseguem ter acesso a essa região. A libertação de citocinas e mediadores químicos também se vai refletir na comunicação do intestino para o cérebro. A alteração na microbiota intestinal pode influenciar na absorção de triptofano, um aminoácido necessário para produzir serotonina, conhecida como a hormona da felicidade. Além disso, o neurotransmissor tem um papel importante na regulação da movimentação do intestino”, refere.