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Prevenção do Parkinson pode começar… à mesa

16 Junho 2025
Forever Young

Novo estudo associa o consumo elevado de alimentos ultraprocessados ao aumento de sinais precoces da doença de Parkinson. Reduzir refrigerantes, bolachas e snacks pode ser uma medida crucial para proteger o cérebro.

Comer cerca de 11 porções diárias de alimentos ultraprocessados — o equivalente a refrigerantes, bolachas, batatas fritas ou molhos industriais — pode mais do que duplicar o risco de desenvolver sinais precoces da doença de Parkinson. A conclusão é de um estudo recente publicado na revista Neurology, que reforça a importância da alimentação na prevenção de doenças neurodegenerativas.

“A nossa investigação mostra que o consumo excessivo de alimentos processados, como refrigerantes açucarados e snacks embalados, pode estar a acelerar os primeiros sinais do Parkinson”, afirmou o autor principal, Xiang Gao, professor e diretor do Instituto de Nutrição da Universidade de Fudan, na China.

A equipa analisou dados de saúde e hábitos alimentares de mais de 42.800 pessoas durante um período de até 26 anos. Nenhuma delas tinha Parkinson no início do estudo. A maioria dos participantes tinha cerca de 48 anos e fazia parte dos estudos americanos Nurses’ Health Study e Health Professionals Follow-Up Study.

Apesar de o estudo não comprovar uma relação direta de causa e efeito, observou-se que os participantes que consumiam mais ultraprocessados apresentavam mais sinais precoces da doença, como:

  • Dores crónicas e rigidez muscular

  • Distúrbios do sono REM (em que a pessoa se mexe durante os sonhos)

  • Depressão e fadiga

  • Diminuição do olfato

  • Prisão de ventre

Esses sintomas podem surgir anos ou mesmo décadas antes dos tremores ou da lentidão motora típicos do Parkinson.

“O estudo não acompanhou os participantes até um diagnóstico formal de Parkinson, mas quanto mais sinais precoces surgem, maior o risco ao longo do tempo”, explicou o neurologista Daniel van Wamelen, do King’s College London.

O que são alimentos ultraprocessados?

De acordo com os investigadores, entram nesta categoria:

  • Refrigerantes (com ou sem açúcar)

  • Doces embalados, bolachas e sobremesas processadas

  • Molhos e condimentos industriais (como ketchup)

  • Snacks salgados (batatas fritas, bolachas de pacote)

  • Iogurtes ou sobremesas lácteas com aditivos

Curiosamente, pão e cereais industrializados não mostraram a mesma associação, o que sugere que nem todos os alimentos processados têm o mesmo impacto — mas a maioria dos ultraprocessados partilha características prejudiciais: baixo teor de fibra e nutrientes e alto teor de açúcar, sal e gorduras saturadas ou trans.

O estudo destaca ainda que os aditivos e conservantes dos ultraprocessados podem afetar negativamente o equilíbrio da flora intestinal, provocar inflamação sistémica e acelerar a morte de neurónios, fatores associados ao desenvolvimento de doenças como o Parkinson.

“A prevenção de doenças neurodegenerativas pode começar à mesa”, escreveram os especialistas Dr. Nikolaos Scarmeas (Columbia University) e a nutricionista Maria Maraki (Universidade de Atenas), num editorial que acompanhou o estudo.

Embora o estudo não sugira a eliminação total dos alimentos processados, os especialistas reforçam a importância de uma alimentação mais natural e variada:

  • Reduzir snacks e bebidas industriais

  • Preferir refeições feitas em casa, com alimentos frescos

  • Incluir mais fibra, frutas, vegetais, leguminosas e gorduras saudáveis

  • Manter-se atento(a) a sintomas neurológicos subtis e persistentes