Bem-estar e confiança sobem, mas satisfação cai ligeiramente, segundo o Global Talent Barometer 2025, do ManpowerGroup.
O mundo do trabalho está em rápida transformação — impulsionado pela digitalização, novas formas de emprego e mudanças nas expectativas dos profissionais. Este contexto tem um impacto direto no bem-estar, satisfação e confiança dos trabalhadores, obrigando as empresas a repensar as suas estratégias de retenção de talento.
De acordo com o Global Talent Barometer 2025, divulgado pelo ManpowerGroup, o índice global de bem-estar, satisfação e confiança atinge este ano os 68%, mais um ponto percentual do que em 2024.
Trabalho com propósito, mas mais stress
O Índice Global de Bem-Estar subiu para 67%, refletindo uma melhoria generalizada. A maioria dos profissionais (82%) considera que o seu trabalho tem significado e propósito, e 74% sente alinhamento com a visão e valores da empresa.
Contudo, quase metade (49%) enfrenta níveis de stress diários moderados a elevados, e apenas 69% afirmam sentir apoio da organização no equilíbrio entre vida pessoal e profissional.
Quase 40% pensam mudar de emprego
A satisfação no trabalho registou uma ligeira quebra, descendo para 62%.
Cerca de 39% dos profissionais admitem estar a considerar mudar de emprego nos próximos seis meses, e 61% acreditam ter capacidade para o fazer — mais dois pontos percentuais do que no ano anterior.
Apenas 65% sentem segurança no emprego atual, uma queda significativa face aos 71% registados em 2024. Já a satisfação pura — trabalhadores que afirmam estar bem onde estão e sem intenção de mudar — desceu para 55%.
Confiança em alta, com mais oportunidades de desenvolvimento
O Índice de Confiança subiu para 76%, sustentado por melhores perceções sobre oportunidades de carreira (62%) e desenvolvimento (77%).
O indicador mais elevado é o da confiança nas próprias competências (89%), seguido pela capacidade de usar tecnologia atualizada (78%).
Ainda assim, quase 30% dos profissionais consideram insuficientes as oportunidades de progressão dentro da empresa.
Tecnologias de Informação e Finanças lideram; Consumo em dificuldades
Entre os setores analisados, destacam-se Tecnologias de Informação (72%) e Finanças e Imobiliário (71%), com os melhores resultados globais.
Já o setor de Bens e Serviços de Consumo regista os índices mais baixos (65%), sobretudo em bem-estar e equilíbrio vida-trabalho.
O setor de Saúde e Ciências da Vida apresenta os profissionais mais fidelizados — 57% não tencionam mudar de emprego nos próximos seis meses — e o maior sentimento de segurança (70%).
Lideranças mais confiantes, mas com mais stress
O estudo mostra diferenças marcadas entre funções. Trabalhadores de Primeira Linha e Blue-Collar apresentam os níveis mais baixos de bem-estar e confiança, enquanto as lideranças seniores são as mais otimistas — embora também as mais sujeitas a stress diário (54%).
As funções de gestão e liderança mantêm níveis elevados de satisfação e confiança, com destaque para as oportunidades de desenvolvimento (83%) e o acesso a tecnologia (89%).
Um retrato global em mudança
No total, o Global Talent Barometer 2025 avaliou 13.771 profissionais em 19 países, medindo 12 indicadores agrupados em três grandes índices: Bem-Estar, Satisfação no Trabalho e Confiança.
O relatório conclui que, num mercado cada vez mais dinâmico e exigente, as empresas precisam de estratégias adaptadas às necessidades reais dos trabalhadores, para garantir equipas mais satisfeitas, confiantes e comprometidas.










