“Deverá ser criada (…) uma nova praça da estação (Praça da Estação AV), dotada de rampas de acesso ao novo estacionamento público que lhe ficará por baixo”, com 620 lugares, pode ler-se no programa preliminar da estação de Campanhã, elaborado no concurso público do primeiro troço da linha de alta velocidade, a que a Lusa teve acesso.
Nesta nova praça, situada junto à atual Moagem Ceres, “deverá ser assegurada a interface com outros modos de transporte, a ligação ao Terminal Intermodal de Campanhã (TIC) e à rede viária municipal”, tendo em conta o Plano de Urbanização de Campanhã (PUC), que será apresentado na manhã de sexta-feira na Câmara do Porto pelo arquiteto e urbanista catalão Joan Busquets.
A implementação da alta velocidade na estação de Campanhã “implica o alargamento, para nascente, dos atuais limites da estação, assim como a consequente afetação da Rua Pinheiro de Campanhã, que deverá ser restabelecida visando assegurar a sua ligação à Rua do Freixo”, cuja passagem inferior à linha deverá continuar a ser assegurada.
A Rua Pinheiro de Campanhã será afetada pela “construção das novas plataformas AV [alta velocidade]”, criando-se um “novo arruamento, que aproveita as infraestruturas recentemente criadas, a norte, pelo Município do Porto, no âmbito do TIC [Terminal Intermodal de Campanhã]”, e que “deverá desenvolver-se para sul, ligando-se à Rua do Freixo”.
No local da nova praça “deverá ser construído um novo edifício de passageiros (…), implantado a nascente da atual estação, dedicado ao serviço de passageiros AV e servindo, igualmente, as plataformas das linhas convencionais”, através de uma passagem superior pedonal (PSP).
A nova passagem superior “atravessará a totalidade da estação, no eixo nascente/poente, ligando a praça da estação AV e respetiva interface multimodal (a nascente) às plataformas de passageiros das futuras linhas I a XI, ao passadiço de ligação ao centro empresarial de Campanhã, à praça do Terminal do Douro e Minho, à estação do Metro do Porto e ao terminal da STCP”, detalham os documentos.
Atualmente existem duas passagens inferiores pedonais (PIP) em Campanhã, a norte (que liga ao TIC, à estação de metro e o terminal de autocarros urbanos) e a sul (apenas ferroviária). No âmbito da reformulação da estação, a “PIP sul deverá ser prolongada para garantir o acesso às Plataformas AV e à via pública a nascente da estação”, e a “a PIP norte deverá ser adaptada para se ligar às plataformas AV”.
Quanto às novas plataformas, adicionadas à atual estação, terão 420 metros de extensão e 10 de largura, mas apenas “deverão ser cobertas numa extensão de 220 metros”.
“As zonas de acesso à PIP Sul e ao edifício de passageiros AV deverão ser abrangidas pela nova cobertura”, e as atuais coberturas da estação “deverão ser demolidas para dar lugar à nova PSP” e às novas coberturas, devendo ainda obedecer a uma “conceção modular, de forma a facilitar a eventual futura expansão da área coberta até à PIP Norte”, que, por agora, ficará descoberta.
A passagem inferior pedonal Norte, aberta recentemente e que dá acesso ao Terminal Intermodal de Campanhã, “deverá ser adaptada para garantir o acesso às Plataformas AV”, que lhe deverão dar acesso “através de escadas convencionais”, prevendo-se ainda a instalação de um elevador.
A estação terá também uma esquadra de polícia, escritórios e espaços comerciais.
Os comboios chegarão a Campanhã através de uma nova ponte rodoferroviária a construir no âmbito do projeto de alta velocidade, cujo concurso público para o troço Porto-Oiã foi lançado na semana passada.
A linha de alta velocidade deverá ligar Porto e Lisboa em cerca de uma hora e 15 minutos, com paragens possíveis em Gaia, Aveiro, Coimbra e Leiria.