Em termos de valores absolutos, as mulheres de meia idade são um dos targets mais valiosos para a indústria da moda e beleza. De acordo com um estudo da AARP, todos os anos estas mulheres gastam, por todo o Mundo, um total de 22 mil milhões de euros em produtos/serviços de beleza. No entanto, apesar de tudo isto, estas pessoas referem sentir-se ignoradas pela indústria, sobretudo à medida que envelhecem.
Ao longo do estudo “Mirror/Mirror: AARP Survey of Women`s Reflection on Beauty, Age and Media” cerca de 2 000 mulheres americanas, com mais de 18 anos, responderam a um conjunto de questões que procuravam perceber os seus sentimentos sobre uma série de temas, incluindo aquilo que as faz sentirem-se bonitas; a forma como a publicidade as caracteriza; e de que forma tudo isto influencia as suas decisões de compra.
85% das mulheres afirma que gostava que os anúncios incluíssem imagens mais realistas de pessoas. 7 em cada 10 mulheres referiram que é mais provável comprarem produtos de marcas cuja comunicação engloba uma maior diversidade de tipos de mulher.
Esta é obviamente uma boa notícia para todas as empresas que estão na “linha da frente” deste tipo de questões. De acordo com Alison Bryant (uma das responsáveis pela investigação da AARP) a marca de cosméticos Covergirl é um bom exemplo de uma empresa que soube adaptar a sua comunicação a esta nova realidade. Hoje em dia as suas modelos são de todo o tipo de idades, estilos de corpos, tamanhos e cores de pele. “No fundo o que os consumidores querem é apenas verem-se representados na comunicação das marcas”, concluiu Bryant. Este é hoje em dia um fator de compra determinante.
Por último, o estudo sinaliza igualmente uma outra questão extremamente relevante. Cerca de 70% das mulheres com mais de 40 anos afirmaram que desejam ver mais cosméticos e produtos de cuidados de beleza criados a pensar exclusivamente nas mulheres em fase de perimenopausa e menopausa.
Esta é claramente uma oportunidade que muitas marcas deverão tentar explorar no futuro. Bryant refere que simplesmente não faz sentido em termos de negócio continuarem a ignorar metade da população adulta mundial, que inevitavelmente acaba por passar por estas fases na sua vida.