Um estudo recente refere que distúrbios mentais podem ser identificados através de um exame de sangue, confirmando a abordagem apresentada por Fabiano de Abreu Agrela Rodrigues, PhD em neurociências, em 2020, no estudo “Psicoconstrução – A arquitetura da mente humana: da memória, passando pela hipófise protegida pelo esfenóide, até o eva mitocondrial”.
«No estudo que publiquei, são apresentadas algumas relações entre partes físicas do corpo e da nossa mente, além de ressaltar a complexidade do corpo humano e como o sistema nervoso se interliga com as demais estruturas do corpo desde a sua conceção até ao seu desenvolvimento», refere Fabiano de Abreu Agrela Rodrigues.
O conceito é simples, afirma, «a presença de transtornos mentais está ligada à presença de diversos biomarcadores RNA e alterações bioquímicas e moleculares, e a identificação dessas alterações – estima-se que existam mais de 2 milhões – podem revelar a presença de transtornos psiquiátricos».
No mesmo estudo, o especialista sugere «a realização de exames de sangue e/ou genéticos como forma de deteção mais abrangente deste tipo de condição mental, envolvendo todas as nuances do problema e, assim, traçar tratamentos mais assertivos, conseguindo detetar transtornos psiquiátricos através da identificação de biomarcadores».
Normalmente, o diagnóstico desse tipo de distúrbio é baseado quase exclusivamente em análises clínicas, o que pode gerar conclusões subjetivas e atrasar o diagnóstico, mas a identificação desses biomarcadores pode facilitar e tornar mais assertiva a deteção de transtornos psiquiátricos, defende o especialista.
As novas conclusões foram apresentadas no estudo realizado na Universidade de Newcastle, na Austrália, e que reforça a existência de biomarcadores que podem ser localizados no sangue e que possuem relação causal com transtornos psiquiátricos, abrindo margem para uma nova abordagem no tratamento desses transtornos direcionado para esses traços bioquímicos.