Um estudo apresentado recentemente na Sociedade Americana de Nutrição concluiu que mulheres que bebem café regularmente na meia-idade têm maior probabilidade de envelhecer de forma saudável. Ao longo de três décadas de acompanhamento, aquelas que consumiam cerca de três pequenas chávenas de café com cafeína por dia mostraram-se mais ativas, com menos doenças crónicas e com melhor função cognitiva.
O café é rico em compostos com efeito antioxidante e anti-inflamatório, como o ácido clorogénico, que também está presente na couve e nas maçãs. Estes compostos podem ajudar a regular o metabolismo e os níveis de insulina. A cafeína em si também desempenha um papel: estimula o cérebro ao bloquear a adenosina, uma substância que nos dá aquela sensação de cansaço.
Estudos anteriores já associaram o café a menor risco de diabetes tipo 2, de doença de Alzheimer e até de certos tipos de cancro.
“Com moderação, o café tem, para a maioria das pessoas, mais benefícios do que malefícios”, diz Bertil Fredholm, investigador do Instituto Karolinska, na Suécia.
Beber café logo pela manhã pode ser a melhor opção. Segundo um estudo publicado no European Heart Journal, quem bebe café ao início do dia tem menor risco de morte precoce, incluindo por problemas cardíacos, do que quem o consome ao longo de todo o dia.
Porquê? A cafeína pode interferir com o ritmo circadiano – o “relógio interno” do corpo – e afetar o sono e o apetite. Mas os cientistas alertam: é difícil separar os efeitos do café de outros fatores, como o estilo de vida.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) já retirou o café da lista de produtos potencialmente cancerígenos. No entanto, alerta para o perigo de beber bebidas muito quentes, pois pode aumentar o risco de cancro do esófago.
Não há um limite exato definido, mas os especialistas recomendam manter o consumo entre duas a três chávenas por dia.
Além disso, o tipo de café conta:
O café de filtro é preferível ao expresso ou café fervido (como o turco ou sueco), pois tem menos diterpenos, substâncias que aumentam o colesterol.
Se tem tensão arterial elevada, distúrbios de sono ou está grávida, deve falar com o seu médico antes de manter (ou começar) o hábito. O consumo excessivo de cafeína pode aumentar o risco de insónia, aborto espontâneo ou parto prematuro.
Além disso, a forma como o corpo reage ao café pode depender da genética – algumas pessoas têm uma tolerância muito mais baixa à cafeína.
Pode continuar a desfrutar da sua bica com prazer e sem culpa. O café pode ser um aliado na sua rotina de bem-estar, desde que não seja desculpa para ignorar o que realmente importa:
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uma boa alimentação,
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exercício físico,
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sono de qualidade,
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e relacionamentos positivos.
O café ajuda — mas o segredo da longevidade vai muito além da chávena.