Conheça o livro que fala dos que nasceram nos anos 30 e 40 do século XX e foram os jovens revolucionários nas décadas de 60 e 70

A Dom Quixote edita na próxima terça-feira, 19 de março, “Três Ditaduras da Europa Ocidental, Histórias de Vida até 1974”, de Isabel do Carmo, Konstantinos Kornetis e Sofia Lopez. Um documento histórico sobre as ditaduras do século passado em Portugal, Espanha e Grécia lançado numa altura em que passam 50 anos do 25 de abril.

Um livro que fala dos que nasceram nos anos 30 e 40 do século XX e foram os jovens revolucionários nas décadas de 60 e 70, que contribuíram para a queda das três ditaduras europeias que existiam à época na Europa Ocidental. Um relato tripartido em que Isabel do Carmo, Sofia Rodríguez e Kostis Kornetis documentam – usando tanto fontes históricas como testemunhos orais – a conjuntura internacional, as lutas que se travavam nos respetivos países, e as condições de vida das populações durante os anos de repressão. 

“Vamos traçar os antecedentes e as realidades das ditaduras  em que vivemos até 1974/1975, mas as nossas principais referências serão aqueles anos 40 e 50 do século XX, como início da saga daqueles que eram jovens e viveram os movimentos dos anos 60. Mas não só  por isso. Os nascidos nos anos 40 e 50 do século XX são nossos  contemporâneos e podem ainda relatar como eram os ambientes das suas infâncias e juventude. São depoimentos dessas pessoas  que estão presentes neste livro. Alguns já partiram e outros estão a partir e depois serão memórias de memórias, ou apenas boas histórias sem conteúdo histórico”, escreve Isabel do Carmo, que vai falar do estado fascista ou fascizante, do “Deus, Pátria, Família, Autoridade”, dos presos políticos, da emigração, das “criadas de servir”, da saúde, alimentação e educação nos tempos de Salazar, tal como da sexualidade, censura, direitos das mulheres, resistência e colónias.

Isabel do Carmo e médica. Professora convidada com Agregação  da Faculdade de Medicina de Lisboa, pela qual  é doutorada. Autora do Primeiro Estudo de  Prevalência de Obesidade em Portugal.  No âmbito político autora dos seguintes livros:  Dossier Checoslováquia (1968); Puta de Prisão,  Regra do Jogo, 1982 e Dom Quixote, 2003;  «Alimentation, Écologie, Société de consommation»  in Ecologie Politique, n.º 23, 1998, Paris;  Vozes Insubmissas, com Lígia Amâncio, Dom Quixote, 2004. Histórias Que as Mulheres Contam,  Dom Quixote, 2005; Luta Armada,  Dom Quixote, 2017; co-editora de Rebeliões, Revoltas e Revoluções, INCM, 2022. Co-comissária da Exposição itinerante «Império do Medo», 2019.  Integra a Associação Manifesto, a Associação Causa Pública e a Plataforma Reforçar o SNS.KONSTANTINOS KORNETIS Professor Assistente, departamento de História  Contemporânea, Universidade Autónoma de Madrid. Foi professor de História em Brown, na New York  University e University of Sheffield. Fellow na  Universidade Carlos III de Madrid e em Estudos Ibéricos no St. Antony’s College, Oxford. O seu livro Children’s Dictadorship. Students Resistance, Cultural Politics and the Long 1960s in Greece obteve o prémio Edmund Keely da Associação de Estudos Helénicos dos EUA. Organizou os volumes  Consumption and Gender in Southern Europe since the Long Sixties e Rethinking Democratization in Spain, Greece and Portugal (Palgrave MacMillan,  Basingstone, 2019). Investigação centrada na história das ditaduras do sul da Europa e dos movimentos sociais do século XX, sobretudo o decurso dos anos 60 e 1968.Sofía Rodríguez López é doutorada em História  Contemporânea e Professora na Universidade  Complutense de Madrid. É especialista em uso  de fontes orais para a História Social e as Relações  de Género durante a Guerra Civil e o Franquismo  em Espanha. Publicou cinco monografias, e meia centena de artigos e capítulos centrados na Falange feminina e a violência política no mundo rural.