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Recessão à vista: 6 passos para se preparar

O risco de uma recessão na Zona Euro está a crescer. Saiba a que se deve este fenómeno e como se pode preparar para as dificuldades que se aproximam.

3 Outubro 2022
Forever Young com ComparaJá.pt

Existem alguns passos que podem ajudar as famílias portuguesas a melhor enfrentar as dificuldades associadas à recessão.

Como se preparar para a recessão?

1. Saiba para onde vai o seu dinheiro
Esta dica pode parecer trabalhosa, mas faz a diferença. Faça uma folha Excel (ou use uma app) com todas as suas despesas semanais ou mensais. Registar tudo o que entra e sai é essencial para obter maior controlo sobre a sua vida financeira.

Desta forma, vai poder identificar gastos que podem ter passado despercebidos e que estão a encolher o orçamento disponível, como débitos automáticos de serviços ou produtos que não está a utilizar. Poderá também encontrar gastos que, após devida ponderação, conclui não serem necessários.

2. Reveja subscrições e renegocie despesas
Fique atento às variações na oferta de fornecedores de serviços, como luz ou gás, de operadoras de telecomunicações e serviços de streaming. Deve fazer isso em qualquer altura, de forma a manter-se informado, mas é especialmente importante que o faça para preparar uma recessão. Se encontrar mais barato, mude.

Mesmo que a diferença lhe pareça quase insignificante, as poupanças vão acumulando. Se não quiser mudar de empresa fornecedora, também poderá tentar renegociar um desconto na fatura.

3. Construa o seu fundo de emergência
Este passo é essencial, mesmo em períodos sem recessão económica. Ter e manter um fundo de emergência é importante para se estruturar financeiramente e para, em caso de perda repentina de rendimentos, conseguir organizar-se e recuperar.

Se ainda não construiu o seu fundo de emergência, faça-o já, mesmo se tiver de começar com quantias pequenas. Se já o tiver, considere reforçá-lo. O valor recomendado pelos especialistas corresponde a, no mínimo, 6 meses do seu custo de vida, ou seja, o montante que lhe permita viver durante 6 meses sem qualquer entrada de dinheiro.

4. Evite dívidas
Em qualquer período económico, as dívidas são sempre de evitar e, num período de recessão, mais ainda. Numa altura em que o Banco Central Europeu dá sinais de fazer subir as taxas de juro para travar os efeitos da inflação, os créditos ficam mais caros, o que implica um aumento considerável das suas mensalidades.

O foco será em conseguir manter o compromisso financeiro que atualmente tem com os créditos subscritos. Assim, se tinha planeado fazer algum tipo de investimento com recurso a crédito, talvez seja mais prudente adiar.

5. Reavalie os seguros e os créditos
Renegociar créditos e seguros pode representar uma poupança significativa no final do mês. Dada a oferta existente, é muito provável que encontre uma alterativa financeiramente mais vantajosa que lhe permita por de parte alguns euros por mês. Comece pelo seguro de saúde, seguro de vida e o crédito habitação – são os produtos onde habitualmente se consegue maior margem de negociação; neste último, sobretudo na taxa de spread.

Faça também uma pesquisa sobre outros bancos que possam oferecer melhores condições. Em caso afirmativo, pondere fazer transferência de crédito para outras entidades e, assim, reduzir as suas prestações mensais.

6. Regularize as dívidas do cartão de crédito
Se já construiu o seu fundo de emergência, pondere canalizar o dinheiro que não está a gastar para abater as dívidas do cartão de crédito, e outras que possa deter. Fixe como objetivo livrar-se da dívida, e envolva todos os membros da família.

Se possível, suspenda a utilização do cartão de crédito para não aumentar a dívida com outros gastos no cartão. Não caia na armadilha de pagar depois. Evite despesas desnecessárias; por exemplo, se decidirem não jantar fora, ponham de lado o dinheiro que não gastaram. No final do mês, o montante acumulado pode ser surpreendente. Quanto mais juntar, mais depressa líquida a dívida.

Como será a próxima recessão?
Apesar de se aproximarem tempos desafiantes, alguns especialistas apontam sinais de otimismo. Durante a pandemia, muitas famílias acumularam poupanças recorde. Além disso, as empresas (e também os bancos) apresentam indicadores de maior resiliência do que os verificados na recessão de 2008, pelo que poderão estar mais aptos a fazer frente às exigências vindouras.

É também importante considerar que os números do desemprego se encontram em níveis pouco consistentes com uma recessão iminente. Apesar de estes números revelarem, efetivamente, alguma debilidade, a economia americana continua a criar centenas de milhares de postos de trabalho todos os meses, e o desemprego na Zona Euro atingiu um novo mínimo histórico em maio. E não só; apesar da travagem na atividade da China, o país regista uma inflação contida e mostra sinais de querer acelerar a implementação de incentivos financeiros.

Assim, podemos não estar sob o pior dos cenários, sendo, contudo, extremamente importante manter uma vigilância apertada sobre os nossos hábitos de consumos e procurar alternativas mais vantajosas do ponto de vista financeiro.

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