Numa altura em que se encontra em discussão no Parlamento a proibição ou limitação de algumas comissões bancárias, a DECO PROTESTE fez um exame minucioso aos preçários de 17 Bancos e descobriu custos que são verdadeiros “assaltos à mão armada” à carteira do consumidor, devido à sua injustificação ou desproporcionalidade.
Ora comprove:
Fotocópias: pense bem antes de pedir para reproduzir um documento à guarda do Banco. Há os que cobram pelo serviço, outros à página ou à folha. Se pensarmos, por exemplo, um documento de três páginas, considerando os vários tipos d cobrança, o valor médio a pagar é de 19,13€, ou seja, 6,38€ por página. Apenas o ActivoBank e o Banco CTT não cobram pelo serviço.
Depositar moedas: apesar da contagem de moedas ser, geralmente, feita por máquina próprias para o efeito, para depositar cem moedas, em média, os consumidores gastam 7,14€. Depositar mais de 25 moedas (o limite tem vindo a diminuir) dá direito a uma comissão nunca abaixo dos 2,60€. Apenas dois Bancos (Best Bank e BNI Europa) não cobram por depósitos em moedas. Abanca, ActivoBank, Banco Montepio, Caixa Geral de Depósitos e Millennium BCP isentam a comissão até depósitos de 25 moedas. No extremo oposto, o BBVA cobra uns dolorosos 7,80€ por qualquer depósito até 99 moedas. Acima de 100 moedas, junte-se àquele valor 5,20€.
Levantar dinheiro, custa dinheiro: um levantamento na agência bancária custa, em média, 6,97€. O BBVA lidera como Banco mais caro (cobra 15,60€), seguido pelo Atlântico Europa e pelo NovoBanco, que pedem quase 13 euros por um levantamento ao Balcão. Já o Best Bank e Abanca cobram menos de 4 euros e apenas o BNI Europa entrega dinheiro sem cobrar nada ao seu cliente.
Pedir uma segunda via do extrato bancário: nesta era digital porque o há-de fazer? Porque não usa o homebanking, porque o extrato se extraviou, porque precisa de apresentar movimentos de há mais de 6 meses, entre outras situações… Este simples pedido custa, em média, 14,40€. Para os clientes do BNI Europa a 2ª via do extrato
custa 26€; no Banco BiG 24,60€ e apenas o Banco BPI, o Abanca, a Caixa Agrícola e o Millennium BCP cobram menos de 10€.
Alterar a titularidade de conta: por divórcio, óbito de um dos titulares, ou quando se atinge a maioridade, a cada alteração de titularidade os clientes pagam, em média, 8,14€. Os bancos que mais se fazem pagar para estes serviços são o Atlântico Europa (15,60€), a Caixa Geral de Depósitos (9,36€) e o Bankinter (8,61€). Apenas o BBVA não cobra nenhum montante. Quanto à isenção de comissão de alteração de titularidade em caso de óbito ou quando se atinge a maioridade a mesma está a aguardar a aprovação no Parlamento.
Após o levantamento da DECO PROTESTE, realizado em 2016, ter levado à proibição de algumas comissões – como, por exemplo, a comissão de processamento da prestação e o distrate, continuam a ser cobrados pela banca nacional custos totalmente injustificados ou desproporcionais, como os que identificados neste presente estudo. A DECO PROTESTE espera que a atual discussão no Parlamento ponha termo a algumas destas bizarrias. Se cobrar comissões por um serviço efetivamente prestado é legitimo, é difícil de justificar o preço de fotocopiar um documento à guarda do banco, cobrar por entregar moedas ou pagar quase 70 euros por ano, em comissões de manutenção da conta, assim como os contratos anteriores a 2021 continuarem a suportar a referida comissão de processamento da prestação.