Localizado no extremo leste do continente asiático, em pleno Oceano Pacífico, o Japão é um país insular com uma área de 377.899 km2 e uma população de 127,3 milhões de habitantes. Tem uma das maiores densidades populacionais do mundo (336,8 habitantes por quilómetro quadrado), o que provoca alguns problemas a quem por lá vive. O elevado número de habitantes, ao qual se acrescenta uma grande área de terreno montanhoso onde não é possível residir, torna a demografia uma questão nacional à qual os japoneses não são indiferentes.
Apesar do número de habitantes muito elevado, o Japão tem um crescimento estacionário devido às baixíssimas taxas de natalidade, que registam valores negativos desde 2010. A este problema alia-se o facto do Japão ter a maior esperança média de vida do mundo (83,6 anos), o que provoca um envelhecimento rápido da população.
O Japão é também uma das maiores economias do Mundo, embora seja muito vulnerável à conjuntura internacional por ser fortemente dependente de exportações. Conheceu períodos de recessão com a recente desaceleração da economia mundial mas registou crescimento positivo nos últimos dois anos, sendo as expectativas animadoras.
Cultura e costumes
A complexidade das questões demográficas e económicas do Japão de hoje não chegam para encobrir uma cultura muito singular e uma identidade que o distingue dos demais países asiáticos. Embora grande parte da cultura nipónica encontre as suas raízes na China, a distância geográfica permitiu ao Japão a construção de um modelo cultural próprio, cujas marcas resistem ao passar do tempo e aos grandes avanços tecnológicos que todos os dias nos chegam de Tóquio.
A religião é, desde logo, uma das grandes fundações culturais do Japão. Além de não ser única (xintoísmo e budismo são as principais, mas coexistem com outras, incluindo o cristianismo), a religião é mais vista como um modo de vida do que como uma doutrina. É considerada um código moral e está tão enraizada no país que não se distingue de valores sociais e culturais. As orações nunca são públicas e não existem cerimónias oficiais religiosas. No entanto, as cidades japonesas estão repletas de templos e santuários que são visitados diariamente por milhares de turistas.
Os japoneses vivem sob códigos muito rígidos e de tal forma subtis que nem sempre são percetíveis aos olhos dos ocidentais. A curvatura das costas é, talvez, uma das mais visíveis a quem chega ao país. Serve para cumprimentar, despedir-se e mostrar gratidão ou arrependimento. É um gesto simples, mas muito valorizado, demonstrando respeito e educação. Os japoneses apreciam que os turistas, durante a sua estadia, adotem também este comportamento.
Outro aspeto subtil mas importante, ao visitar o Japão, consiste em ter em consideração a existência de locais onde é preciso entrar descalço ou com um calçado fornecido. Isto acontece com frequência em templos e santuários, havendo um truque simples para saber o que terá de fazer. Nos locais com uma pequena elevação de 5 cm à entrada, deverá entrar descalço; uma elevação maior, de cerca de 15 cm, indica que deverá trocar de calçado, deixando os seus sapatos à entrada.
Gastronomia
Há muito que os restaurantes japoneses chegaram a Portugal, mas mesmo assim a gastronomia é um dos maiores desafios para quem visita o Japão. Os tradicionais sushi, sashimi e temaki, amplamente conhecidos no ocidente, são iguarias que existem em restaurantes especializados, mas não compõem a ementa diária dos japoneses.
A cozinha nipónica inclui quase sempre o arroz (como elemento principal ou guarnição). De resto, a importância cultural do arroz é tão grande que chegou a ser utilizado como moeda de troca durante muito tempo na História do Japão.
Outro prato muito frequente na mesa dos japoneses é a sopa de pasta de soja, a que se chama Missoshiru, e que consiste num preparado de caldo de peixe com soja, tofu e alguns legumes.
O peixe é muito apreciado, mas nem sempre se come cru. Os japoneses têm inúmeras formas de cozinhar peixe, mediante a espécie, tendo os pratos em comum a peculiaridade de não serem servidos muito quentes. O peixe é tão frequente na cozinha japonesa que chega a ser consumido cru ao pequeno-almoço.
Outro prato muito popular é a massa (soba ou udon). Normalmente é servida em pratos fundos, em substituição do arroz, cobertas com carne, peixe ou vegetais.
Na gastronomia e em quase tudo o Japão é um país tão diferente que parece transportar-nos no tempo, ora para o futuro, ora para o passado. Do imenso bairro tecnológico de Tóquio aos templos milenares de Kioto, passando pelas cataratas de Kegon, este é um país que parece revelar-nos o futuro ao mesmo tempo que recorda o passado. Tudo bons motivos para ter o Japão na sua lista de viagens para os próximos tempos.