É certo que existem inúmeras razões e motivações românticas que ajudam a explicar o fenómeno da monogamia. Para a maioria, a ideia de estar numa relação amorosa e sexual com apenas um parceiro é algo absolutamente inquestionável.
Estar numa relação monogâmica é saber que temos um sistema de apoio e suporte que nos irá proteger. Termos alguém sempre do nosso lado que nos irá ouvir, compreender e defender. Alguém com quem passar o tempo e partilhar experiências.
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Esta pode ser uma fonte de enorme conforto e felicidade. A definição convencional de casamento entre duas pessoas parece continuar a fazer sentido para a grande maioria dos casais.
No entanto será que este “contrato” é algo natural? Será que a monogamia é algo realmente pensados à medida das necessidades dos homens e das mulheres?
Eis algumas interessantes explicações científicas que prometem colocar em causa algumas das suposições associadas ao ideal monogâmico.
- Com o passar do tempo homens e mulheres perdem interesse sexual
A ciência parece confirmar o quão difícil é para os seres humanos manter um desejo sexual intenso ao longo de uma relação.
De acordo com um estudo publicado em 2012, as mulheres tendem a passar rapidamente de um amor apaixonado para um amor de compaixão. A relação amorosa acaba por se transformar numa simples relação de amizade platônica. Também o desejo sexual dos homens parece ser extremamente afetado com o avançar de uma relação longo-prazo. O investigador Christopher Ryan explicou num artigo publicado no Psychology Today que a nossa espécie parece programa para ter vários parceiros sexuais e que a falta de novidade tende a retirar o entusiasmo à prática sexual.
- A monogamia enfraquece o melhor período sexual das mulheres
É provável que já tenha ouvido dizer que os homens tendem a atingir o seu “pico” sexual mais cedo que as mulheres. Estudos apontam para que os homens atinjam esse período de maior performance e satisfação sexual quando estão na “casa” dos 20. Já as mulheres parecem atingir o seu “pico” entre os 30 e 40 anos.
De resto as mulheres que se encontram em relacionamentos sérios durante o seu período sexual ótimo reportam um desejo sexual mais baixo, tal como reporta o The Cut. Ao invés de estarem a ter melhor atividade sexual das suas vidas, estão antes frequentemente “presas” numa relação monogâmica que não as satisfaz.
- O desejo de traição
De acordo com os dados da National Science Foundation, apenas cerca de 3-5% de todos os mamíferos são monógamos. Dois animais escolherem mutuamente manter relações sexuais apenas um com o outro durante toda a sua vida é uma situação incrivelmente excecional e que nos leva a pensar o quão pouco “natural” é esta característica das nossas sociedades modernas.
Estudos apontam para o facto de a monogamia sexual humana estar dependente de certas hormonas e recetores libertados pelo cérebro. Estes recetores variam de pessoa para pessoa, sendo que alguns indivíduos podem ter assim uma maior predisposição para comportamentos poliamorosos do que outros.
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