Numa boa jornada para o ténis nacional, contemplado igualmente com a qualificação do português Francisco Cabral para a segunda ronda de pares, o maiato, número 69 do ranking ATP, alcançou o seu primeiro triunfo diante um jogador do ‘top 30’ mundial, ao superar o espanhol Alejandro Davidovich Fokina (24.º ATP) em três sucessivos sets, por 7-6 (9-7), 6-3 e 6-3, avança a Lusa.
Depois do tenista natural de Málaga servir para fechar o set e ter tido um ‘set point’ no ‘tie-break’ da primeira partida, Nuno Borges, de 26 anos, conseguiu recuperar e ao fim de duas horas e 18 minutos encerrou o desafio, tornando-se no terceiro jogador português a atingir a terceira ronda do ‘Happy Slam’, após Frederico Gil e João Sousa.
Já depois do atleta do Centro de Alto Rendimento da Federação Portuguesa de Ténis marcar encontro com o búlgaro Grigor Dimitrov (13.º AT), graças ao triunfo deste ante o local Thanasi Kokkinakis (80.º ATP), por 6-3, 6-2, 4-6 e 6-4, Carlos Alcaraz, de 20 anos, foi obrigado a discutir quatro partidas para derrotar o italiano Lorenzo Sonego (46.º ATP), pelos parciais de 6-4, 6-7 (3-7), 6-3 e 7-6 (7-3).
O número dois do mundo, à procura de recuperar a liderança do ranking no final do primeiro ‘major’ da temporada, perdeu o seu primeiro ‘set’ nesta 112.ª edição do Open da Austrália, mas assegurou o regresso à terceira eliminatória e um encontro com o chinês Juncheng Shang (140.º ATP), de 18 anos, em Melbourne, onde é um dos mais fortes candidatos a erguer aquele que poderá ser o seu terceiro título do Grand Slam.
Bem mais complicada foi a tarefa de Daniil Medvedev, terceiro cabeça de série e vice-campeão do torneio australiano em 2021 e 2022, para dar a volta a um embate que perdia por dois ‘sets’ a zero diante do finlandês Emil Ruusuvuori (53.º ATP), acabando por ganhar ao cabo de cinco parciais, por 3-6, 6-7 (1-7), 6-4, 7-6 (7-1) e 6-0, em quatro horas e 23 minutos.
À semelhança de outros favoritos, o alemão Alexander Zverev, que figura no sexto lugar na hierarquia ATP, viveu uma segunda ronda igualmente complicada e diante do ‘qualifier’ eslovaco Lukas Klein (163.º ATP) precisou de cinco partidas, pelos parciais de 7-5, 3-6, 4-6, 7-6 (7-5) e 7-6 (10-7), para garantir a manutenção em prova ao fim de quatro horas e 31 minutos de uma renhida batalha.
Enquanto o germânico agendou um duelo com o jovem norte-americano Alex Michelsen (91.º ATP), de 19 anos, a estrear-se nos Antípodas, o norueguês Casper Ruud (11.º ATP) também resistiu ao duro teste imposto pelo australiano Max Purcell (45.º ATP), que só cedeu a passagem à terceira ronda em cinco sets, com os parciais de 6-3, 6-7 (5-7), 6-3, 3-6 e 7-6 (10-7).
O dinamarquês Holger Rune (8.º ATP), por sua vez, foi o único ‘top 10’ a não sobreviver à segunda eliminatória, ao perder frente ao francês Arthur Cazaux (122.º ATP), dotado de um ‘wild card’ para se estrear em Melbourne Park, com os parciais de 7-6 (7-4), 6-4, 4-6 e 6-3.
Na competição de pares, o português Francisco Cabral (53.º ATP no ‘ranking’ da variante) estreou-se com uma vitória, ao lado do parceiro inglês Henry Patten (73.º ATP), num encontro interrompido várias vezes devido à chuva.
Depois de salvar um ‘match point’ quando serviram a 5-6 abaixo no terceiro set, a dupla luso-britânica bateu os australianos Tristan Schoolkate e Adam Walton, por 6-3, 6-7 (6-8) e 7-6 (10-4) e vai agora medir forças com o britânico Neil Skupski (10.º ATP) e o mexicano Santiago Gonzalez (13.º ATP).
O quadro feminino de singulares voltou a ficar hoje marcado pela queda de duas cabeças de série, Jéssica Pegula e Elena Rybakina, vice-campeã do Open da Austrália, num dia em que a polaca Iga Swiatek, líder do ranking WTA, teve de se aplicar a fundo para vencer a norte-americana Denielle Collins (62.ª WTA), por 6-4, 3-6 e 6-4.
Enquanto a norte-americana (5.ª WTA) caiu perante a francesa Clara Burel (51.º WTA) em apenas dois ‘sets’, com os parciais de 6-4 e 6-2, a cazaque, número três do mundo, foi eliminada pela russa Anna Blinkova (57.ª WTA), após esta salvar seis ‘match points’ e, à sua 10.ª oportunidade, fechar a renhida batalha por 6-4, 4-6 e 7-6 (22-20).
Rybakina e Blinkova protagonizaram o mais longo ‘match-tiebreak’ (42 pontos) da história do ténis feminino no Grand Slam, ao superar os 38 pontos registados por Lesia Tsurenko e Ana Bogdan na edição de 2023 de Wimbledon.