Gwyneth Paltrow, de 52 anos, está a repensar a forma como se alimenta. Depois de anos a seguir uma dieta Paleo bastante restritiva, a fundadora da marca de bem-estar Goop revelou no seu podcast que voltou a incluir hidratos de carbono e laticínios na sua alimentação.
“Estou um pouco cansada da dieta Paleo, para ser honesta. Voltei a comer pão de fermentação lenta, um pouco de queijo… e até massa. Pronto, já disse!”, confessou Paltrow no mais recente episódio do Goop Podcast.
Durante muito tempo, Gwyneth seguiu a dieta Paleo — um regime alimentar inspirado nos hábitos dos caçadores-recoletores da pré-história, baseado em carnes magras, peixe, vegetais, frutas e frutos secos, e que exclui produtos lácteos, leguminosas, cereais, açúcar e alimentos processados.
A escolha da dieta não foi por acaso: Paltrow explicou que tanto ela como o marido, Brad Falchuk, adotaram este estilo de vida devido a preocupações com inflamação crónica e predisposição genética para doenças como Alzheimer. A atriz já revelou ter os genes APOE3 e APOE4, associados a um risco aumentado dessa patologia.
Apesar disso, reconhece agora que a rigidez do plano alimentar começou a pesar. “Acho que a dieta Paleo pode ser uma boa base — comer alimentos o mais naturais e frescos possível — mas é importante também encontrar prazer na comida”, admitiu.
A mudança de postura de Gwyneth foi bem recebida por especialistas em nutrição. Priya Tew, nutricionista britânica e porta-voz da British Dietetic Association, afirmou à CNN:
“É ótimo ver que Gwyneth está a diversificar a sua alimentação. Cortar grupos alimentares inteiros, como os hidratos de carbono, pode afetar negativamente a saúde.”
Tew destaca que uma alimentação equilibrada deve incluir variedade, sabor e prazer, fatores fundamentais para o bem-estar a longo prazo. “Os hidratos de carbono fornecem fibra, vitaminas do complexo B, energia e são essenciais para a saúde do microbioma intestinal”, explicou.
Esta não é a primeira vez que a atriz segue um plano alimentar rigoroso. Quando o seu pai foi diagnosticado com cancro da garganta, Gwyneth mergulhou na dieta macrobiótica, acreditando que poderia, de alguma forma, ajudá-lo.
A dieta macrobiótica, baseada em alimentos de origem vegetal e regras muito estritas — como não cozinhar com eletricidade ou evitar suplementos — não tem base científica como tratamento ou prevenção do cancro, alertam os especialistas.
“Não há evidência suficiente que comprove que dietas como a macrobiótica ou mesmo a Paleo tenham benefícios comprovados na prevenção de doenças graves”, reforça Tew.
Fundada em 2008, a Goop tem sido tanto elogiada como criticada. Em 2018, a marca foi multada nos Estados Unidos por alegações sem comprovação científica sobre alguns dos seus produtos de bem-estar, como os controversos “ovos vaginais”.
Apesar das polémicas, Gwyneth continua a influenciar milhares de pessoas, e o seu novo posicionamento pode ajudar a normalizar uma relação mais equilibrada com a comida.