Afinal, a carne branca não é melhor que a vermelha

Estudo recente conclui que a relação entre o risco de doenças cardiovasculares e o consumo de carne de aves é idêntica ao de carne suína ou bovina.

A ideia de que o consumo de carne vermelha deve ser, no mínimo, reduzido foi questionada por um estudo publicado este mês (julho de 2019). Segundo os seus autores, estas recomendações dietéticas para limitar a carne vermelha baseiam-se em estudos observacionais que ligam o consumo excessivo de carne de porco ou de vaca ao aumento do risco de doenças cardiovasculares.

Os especialistas dizem que essa realidade deve-se à quantidade de gordura na carne vermelha, que potencia o aumento do colesterol mau (LDL). Contudo, os autores de um estudo recente avançam que os resultados da relação com o consumo de carne branca são muito idênticos. Ou seja, no que concerne aos problemas de colesterol, os cientistas reconhecem que a diferença mais visível é entre o consumo de carne e uma dieta livre de produtos de origem animal.

Este estudo contou com uma amostra de 100 indivíduos analisados, que durante um mês seguiu 3 dietas diferentes: uma à base de carne vermelha, outra de carne branca e ainda uma baseada em proteína vegetal. Um dos autores do estudo, Ronald Krauss, constatou que a equipa de investigação ficou surpreendida pelo facto de os efeitos do colesterol terem sido idênticos entre a carne branca e a vermelha.

O maior destaque, ao contrário do esperado inicialmente, foram os maiores benefícios para a saúde da dieta baseada em produtos vegetais. A equipa de investigação sugere que quem quiser «controlar os níveis de colesterol no sangue, deve dar preferência aos regimes alimentares à base de plantas», ao invés daqueles que evidenciam a carne, de qualquer tipo.

Todavia, estas conclusões não devem implicar uma exclusão completa do consumo de carne da dieta alimentar, embora reforcem a consciência de que esta não é a principal fonte de proteína. Os especialistas sublinham, ainda, que o risco de colesterol elevado não se deve apenas ao consumo de um único tipo de proteína, mas que este pode ser «prevenido através da alimentação». Além das influências nos níveis de colesterol do histórico familiar ou da prática de atividade física.