Limites nas relações? Sim, esta é uma forma saudável de lidar com as outras pessoas

Ao contrário do que muitos pensam esta é uma forma saudável de lidar com as outras pessoas. Eis alguns dos mitos sobre este tema que deve esquecer

Habitualmente temos receio de definir limites na nossa vida social e profissional. É algo desconfortável, capaz de provocar alguns receios. Acreditamos que este tipo de limites podem ter um impacto catastrófico nas nossas vidas ou que podem gerar um afastamento artificial nas relações com os outros.

Nem sempre é fácil ter a coragem e presença de espirito para expressar as nossas vontades e definir as nossas limitações. Queremos sempre oferecer mais e conseguir ao encontro das necessidades dos outros. No entanto isso nem sempre é possível… ou saudável.

 

Para ajudar a clarificar este tema os especialistas do portal Psychology Today, identificaram alguns dos mitos que parecem continuar a impedir as pessoas de exercer as suas vontades ou necessidades. Eis alguns dos exemplos que deve ser capaz de ultrapassar.

 

Mito #1: Os limites são algo muito “excessivo”, capaz de ter um efeito devastador

É comum associarmos a imposição de um limite a grandes discussões, ruturas de relacionamentos ou fins dramáticos. Acreditamos que se definirmos um limite no nosso local de trabalho temos que estar preparados para o abandonar ou para ser despedidos. São situações desconfortáveis que preferimos evitar a todo o custo.

A verdade é que a imposição de um limite nem sempre tem que estar associada a um momento tão intenso. Pode ser algo bem mais subtil e saudável, que conseguimos exercer para proteger o nosso bem-estar e sucesso profissional.

Muitas vezes é inclusive possível criar limites invisíveis que nem necessitam de ser comunicados verbalmente. Por exemplo, se alguém esperar que você esteja permanentemente conectado e disponível independentemente das horas, uma boa forma de comunicar subtilmente que isso não representa uma boa dinâmica para si passa por simplesmente demorar mais tempo a responder a mensagens ou e-mails. Ao evitar responder logo estará a assinalar silenciosamente que não está disponível para este tipo de conexão.

Este tipo de limites mais subtis são uma forma de recuperarmos algum poder, sentindo que temos algum tipo maior de controlo sobre as nossas vidas. O mais provável é que em muitos casos a outra pessoa nem compreenda conscientemente o que lhe está a ser transmitido, evitando assim eventuais confrontos desnecessários.

 

Mito #2: Os limites são iguais para todas as pessoas

Todas as relações que estabelecemos são distintas umas das outras, pelo que é apenas normal que os limites que estabelecemos sejam também flexíveis e particulares a cada situação. Sobretudo nos momentos em que alguém tentar quebrar estes limites torna-se bastante claro que isso pode acontecer por razões bem distintas.

Um empregador que lhe pede para trabalhar durante o período de férias; um familiar que lhe pede a sua absoluta e constante atenção quando isso não é possível; ou até quando um estranho se senta desconfortavelmente perto de si no autocarro. Tudo isto são tentativas bem distintas de romper os limites, caracterizadas por um desrespeito das suas necessidades e vontades.

Todos estes casos devem ser avaliados de forma particular. Pode até acontecer que o pedido do seu patrão gere em si uma compaixão e vontade de ajudar, dado que é uma situação absolutamente excecional e nada recorrente. Da mesma forma que alguns membros da sua família podem até merecer a sua total atenção e outros não. Aprenda a avaliar estas situações de uma forma flexível.

 

Mito #3: Os limites causam danos nas relações

Pode ser assustador tentar impor um limite a alguém de quem gostamos. Isto acontece porque temos uma dificuldade natural em dizer “não”, em assumir que não estamos desconfortáveis com algo. Temos sempre mais facilidade em dizer “sim” e em demonstrar disponibilidade. É isso que a sociedade parece favorecer.

O problema é que este desejo constante de conexão pode levar-nos a ignorar os nossos próprios valores, ambições e necessidades. Acabamos por estar constantemente focados na tentativa de agradar os outros. Ou por outro lado podemos acabar por afastar as pessoas com medo de que sejam ultrapassados certos limites que nunca tivemos a coragem de afirmar.

Sem a definição de limites nas nossas mais variadas relações, o mais provável é que o ressentimento acabe por surgir. A ausência de comunicação e sinceridade determina isso mesmo. Pelo que a conclusão é que os limites não são responsáveis pela danificação das nossas relações, mas antes sim pela sua proteção.

 

 

 

 

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