Afinal, quando (e como) foi o papel higiénico inventado?

Este é um bem precioso nos dias de hoje, mas que nem sempre esteve à disposição dos seres humanos. Conheça aqui a história de uma das mais importantes invenções da sociedade moderna.

“Como é que as pessoas faziam antes de se ter inventado o papel higiénico?”

É provável que esta seja uma pergunta que já tenha “cruzado” a sua mente. Atualmente – e tal como o Coronavírus ajudou a comprovar – este é um artigo indispensável nas nossas casas. Não conseguimos imaginar a nossa vida sem o papel higiénico. No entanto, a verdade é que nem sempre as populações tiveram acesso a este produto, que como a História nos indica é bem mais recente do que aquilo que podemos imaginar.

Ao longo dos séculos que antecederam o aparecimento do papel higiênico muitas foram as alternativas encontradas pelos povos para manter a sua “higiene”. Na Grécia Antiga era comum utilizar pedaços de argila, barro ou cerâmica para limpeza pessoal. Os Romanos, nas suas casas-de-banho comuns, utilizavam (e partilhavam) uma esponja presa num pau que era mergulhado num balde com água salgada. As sociedades pré-coloniais americanas usavam as espigas de milho não apenas para sua alimentação, mas também na sua higiene pessoal.

No séc XVI, François Rabelais, um conhecido escritor francês chegou a defender que a melhor forma de limpar o traseiro seria utilizando um pescoço de ganso entre as pernas!

A utilização de tecidos, panos e materiais como a lã foi se tornando mais comum, sobretudo junto das comunidades mais ricas. Os pobres continuavam a utilizar quase qualquer coisa que estivesse à disposição: folhas, relva, musgo, areia, etc. Não era bonito. Em último caso, a mão esquerda era vista como uma ótima ferramenta de limpeza. Esta era (e em alguns casos ainda é) uma prática habitual em certas regiões do Médio Oriente e da Índia.

Quando é que o papel higiénico foi inventado?

O primeiro povo que parece ter visto o papel como uma solução eficaz de limpeza foi o chinês. Os primeiros registos históricos que apontam para esta conclusão datam de 589 AC, numa altura em que um oficial chamado Yan Zhitui terá escrito um texto que apelava para que não fossem utilizados certos papéis com textos sagrados para “usos higiénicos”. Mais tarde, no séc. XIV, um imperador chinês terá decretado que os papeis que lhe eram entregues deveriam ter uma medida exata, definida por ele, para melhorar a eficácia sua limpeza pessoal.

No entanto, seria apenas séculos mais tarde que o papel passaria a ser usado por grande parte da população mundial como escolha preferencial de limpeza. Em meados do séc. XIX, após se ter apercebido que as pessoas começavam a usar revistas antigas para se limpar, Joseph Gayetty decidiu começar a vender em Nova Iorque um papel higiênico próprio para esse uso. Divulgado como sendo “a maior necessidade dos nossos dias”, este papel “medicinal” continha infusões de aloé vera e era especialmente recomendado como tratamento de hemorroidas. Curiosamente, cada uma das folhas de papel continha o seu nome inscrito.

Apesar do sucesso do seu produto, as folhas não eram robustas o suficiente. Seriam ainda necessárias mais algumas décadas até que o papel higiênico começasse a ser comercializado em rolos micro perfurados. A qualidade do papel foi igualmente sendo melhorada para oferecer maior conforto. A folha tripla – que atualmente gostamos mais de usar – seria nesta altura ainda um remoto sonho que teve que esperar até ao séc. XX para ser comercializado.

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