A ideia é dotar os patrões de ferramentas para lidar com situações de violência no trabalho ou em casa, prestando o apoio necessário à vítima no seu ambiente laboral.
O documento, “Prevenção e Combate à Violência Contra as Mulheres e à Violência Doméstica nas Entidades Empregadoras: Guião de Boas Práticas” foi produzido por uma equipa do Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra, com a coordenação de Madalena Duarte, e resulta de uma iniciativa conjunta da Secretaria de Estado para a Cidadania e Igualdade, a Comissão para a Cidadania e a Igualdade de Género (CIG), o Portugal Mais Igual e o Conselho Económico e Social (CES).
Este guião tem como objetivo «promover mais conhecimento sobre a necessidade de envolvimento e o modo como a violência doméstica e a esfera laboral estão conectadas e fornecer um guião que seja um instrumento de trabalho com linhas orientadoras, com medidas e ações específicas que as empresas e organizações possam recorrer», disse Madalena Duarte durante a apresentação do documento.
Rosa Monteiro, secretária de Estado para a Cidadania e Igualdade considerou «fundamental» o lançamento do guião de boas práticas para as entidades empregadoras, pois passam a reconhecer-se «os impactos internos da violência que não acontecem só na esfera doméstica».
«Este é um guia muito importante porque é uma ferramenta concreta para que as empresas possam atuar. E este é um caminho que se tem de fazer. Tem de se trabalhar em todos os âmbitos e este universo do mercado de trabalho é fundamental», acrescentou a secretária de Estado.
O guia foi apresentado na Vodafone por se tratar, pode ler-se em comunicado do Governo, de uma empresa «pioneira, em Portugal, na implementação de um programa interno de Prevenção e Combate à Vítimas de Violência, em parceria com a Associação Portuguesa para o Planeamento da Família». Mário Vaz, CEO da Vodafone, afirmou que a empresa, «a nível global e local, assume as suas responsabilidades perante a sociedade e tem como propósito o claim “we connect for a better future”. A temática da violência evolui muito nos últimos anos, mas se olharmos para as estatísticas, ainda estamos muito atrasados. A questão da violência está muito ligada à da igualdade de género e na Vodafone temos diversos programas e iniciativas com o objetivo de proteger as vítimas».