Já passou dos 50 anos? Saiba que a idade não define a competência no local de trabalho

E não aceite que lhe digam o contrário.

Quando falamos de ageism é necessário perceber que não estamos a falar apenas de pessoas consideradas “demasiado” velhas, mas também de pessoas consideradas “demasiado” novas – afeta ambos os extremos.

 

De acordo com a Organização Mundial da Saúde, o ageism é responsável por estereótipos, preconceitos e discriminação em relação aos outros, e também a si próprio, com base na idade. Desde muito novos que começamos a internalizar este tipo de estereótipos de idade e isso pode condicionar todos os aspetos da nossa vida, nomeadamente, tornando-se, por exemplo, um fator de grande peso no momento da escolha entre diferentes candidatos no mundo do trabalho.

 

“Os preconceitos, na verdade, começam na sociedade. Nós temos preconceitos enraizados socialmente que nos foram incutidos desde sempre. E, portanto, a cultura organizacional também bebeu muito desta informação e acabou por enraizá-la culturalmente”, explica Rita Mexia, membro do comitê de Equity@Work da Kelly Portugal.

 

“Quando falamos de ageism, falamos de um fenómeno que tem a ver com pensamento e a prática que pessoas de diferentes idades têm relativamente a outras também com diferentes idades”, diz José Ferreira Alves, professor da Universidade do Minho e investigador da área do ageism, o que se traduz, no fundo, na forma como discriminamos uma pessoa com base na sua idade.

 

São diversas as ideias – erradas – adjacentes a estas duas faixas etárias no mundo do trabalho: desde o jovem que tem pouca ou nenhuma experiência e por isso não saberá o que fazer, até ao adulto que parece já não trazer novas competências e será um custo mais elevado para a empresa. No entanto, perpetuar este tipo de pensamento significa limitar o sucesso de qualquer empresa. Independentemente da área ou indústria em questão, a diversidade é um fator-chave para gerar ideias e abordagens informadas, com base em diferentes pontos de vista e experiências.

 

Rita Mexia reforça a importância da mudança de olhar que tem de ser feita relativamente a este tema no mundo do trabalho: “temos de ajustar a lente. Os mais novos trazem mais valias para as empresas, pela sua energia e dinâmica, e os mais velhos têm a maturidade, a experiência e tranquilidade, que podem criar sinergias bastante interessantes entre equipas”. Em especial quando estamos perante um fenómeno que afeta a vida social, profissional e pessoal destas duas faixas etárias.

 

Equipas diversificadas apresentam abordagens mais completas na resolução de problemas e um ambiente de trabalho bastante diversificado, através de diferentes pontos de vista, ajudando a alargar o espetro de possíveis soluções e inovações. Além disto, estas duas faixas etárias têm muito a aprender uma com a outra e complementam-se, permitindo o desenvolvimento de ambos.

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