PlayStation de um lado, Xbox do outro. Com todas as suas declinações em letras e referências que, a cada lançamento, prometem mais rapidez e imagens mais realistas e fluidas. E 2020 avizinha-se com novidades, provando que o duelo entre Sony e Microsoft no campo de batalha das consolas de jogos está para durar.
A atual geração nasceu em 2013, com o lançamento quase simultâneo da PlayStation 4 e da Xbox One. Três anos depois, versões melhoradas viram a luz do dia, agora com a possibilidade de imagens 4K e com HDR. Os fabricantes aproveitavam a boleia da disseminação destas tecnologias entre os televisores. Quanto aos jogos, funcionam nas versões antigas e renovadas. Existem, no entanto, alguns otimizados para as mais recentes, identificados com um logo. Trabalham aqui com maior detalhe gráfico, maior fluidez ou com aumento de contraste por HDR, por exemplo.
Se está a fazer pontaria ao Natal para comprar uma consola, ou até a alguma campanha de black friday, tem, pois, um dilema para resolver: disparar já ou esperar por 2020?
À guerra entre Sony e Microsoft, a Nintendo assiste de bancada. Visando um público mais juvenil, muito frequentemente infantil até, não está à altura da concorrência. A aposta passa por uma consola híbrida, que tanto pode ser usada de forma portátil, como na sala, ligada ao televisor. Considerando as dimensões, que permitem o tal uso portátil, é normal que o desempenho gráfico esteja a anos-luz dos equipamentos da Sony e da Microsoft. Mas, mesmo face aos smartphones atuais, o desempenho gráfico e a resolução do ecrã ficam a dever. Como se não bastasse, o acesso a aplicações é limitado (por exemplo, Netflix ou Spotify). Já o preço, esse, supera o exigido por algumas variantes da PlayStation ou da Xbox. Mas, se a criança lá de casa não dispensar o Super Mario ou os Pokémon, não há volta a dar. Terá mesmo de perder o amor aos 329,99 euros. Cêntimo por cêntimo. Estes jogos hiperpopulares são exclusivos da Nintendo.
Videojogos que exploram realidades difíceis
A propósito da feira Moche XL Games World, que acontece entre 14 e 17 de novembro, na Altice Arena, em Lisboa, o jornal Público dá um exemplo recente de um jogo, desenvolvido em Portugal, que explora «a negligência que há em Portugal para com idosos que sofrem de demência», segundo o seu autor Ruben Pereira. Aliás, o “Back Then” é um dos 10 jogos finalistas dos Prémios PlayStation Talents 2019.
Esta vertente dos videojogos já não é novidade, embora ainda careça de exploração num mercado em que, segundo declarações da designer de narrativa britânica Chella Ramanan ao Público, «os criadores de videojogos evitam deixar os jogadores frustrados [e preferem criar jogos que] são normalmente aventuras de fantasia e poder com heróis capazes».
Todavia, para Ruben Pereira, de apenas 22 anos, os videojogos têm o potencial de «explorar problemas e temas complexos» como a saúde mental, mais particularmente a demência. Por isso, não deve existir o «medo de pôr o jogador na pele de personagens a viver situações complicadas», explica o jovem criador do “Back Then”.