O Honda Civic encontra-se já na sua décima geração e é atualmente um carro global, sendo que isso faz com que a marca tenha de estar ainda mais atenta às mais variadas solicitações dos mercados onde este modelo é comercializado. E uma das que mais se tem destacado nos últimos é a que pede uma caixa de velocidades automática para a motorização diesel. Bem, a Honda ouviu e ela aqui está.
Trata-se de uma caixa automática de nove relações e é a primeira vez que é combinada com uma motorização diesel na gama Civic. Sendo que se encontra disponível tanto na versão de cinco portas, como na carroçaria de maiores dimensões de quatro portas, ou Sedan, como a marca lhe chama. As versões a gasolina continuam a ser equipadas com a caixa automática de variação contínua, mas a opção diesel desta gama passa a incluir uma caixa de velocidades automática convencional.
A maior diferença, das que são visíveis, está no habitáculo, na consola central, entre os assentos dianteiros, pois, em vez do tradicional seletor das posições da caixa de velocidades automática, está agora um conjunto de botões, bastante prático, intuitivo e que proporciona um visual mais limpo e simples ao habitáculo. Mesmo nas manobras mais simples, como as manobras de estacionamento, por exemplo, esta solução revelou-se bastante simples de utilizar, uma vez que a posição “D”, ou Drive, é a que tem o lugar de maior destaque e a “R”, de Reverse ou marcha atrás, é um comando que puxamos para trás e que se torna bastante intuitivo.
Depois de arrancarmos, a primeira impressão que temos tem a ver com o regime escolhido pela caixa de velocidades automática para a passagem de uma relação para outra, que é um pouco mais acima do que aquele que nos costuma ser indicado pelas setas verdes nas versões de caixa manual. Nesta versão, e com uma condução convencional, as passagens de caixa acontecem algures entre as 2.000 rpm e as 2.500 rpm numa aceleração convencional e num ritmo mais tranquilo ou um pouco mais acima quando nos queremos “despachar”.
A rapidez da passagem de relação não é tão rápida como uma caixa de dupla embraiagem, como seria de esperar, mas as nove relações disponíveis conseguem adaptar-se razoavelmente a cada momento, revelando-se numa parceria bastante positiva para a motorização diesel de 1,6 litros com 120 cavalos de potência. Além do modo “D” mais convencional, está também disponível um mais desportivo “S”, que tem o objetivo de melhorar a resposta às solicitações do acelerador e se estes dois não forem suficientes, basta usar as hastes encaixadas na parte de trás do volante, que ativam um modo manual e nos permitem ser nós a escolher a relação desejada. Pelo menos, enquanto o sistema achar que não estamos a abusar, caso contrário, será este a decidir a melhor altura de passar para a relação acima ou abaixo, enquanto ignora as asneiras que possamos estar a fazer.
Conhecido pelas suas médias de consumo muito comedidas, o motor 1.6 i-DTEC é aqui um pouco prejudicado em termos de consumo e é perfeitamente normal que as médias indicadas pelo computador de bordo passem a estar cerca de 1,2 litros acima do que conhecíamos da versão de caixa manual. No entanto, com uma condução tranquila e rotineira com um pouco de trânsito à mistura, os cerca de seis litros de média com que terminámos o nosso ensaio não nos parecem minimamente preocupantes para um modelo deste género.
A diferença de preço face à versão de caixa manual é de 1.900 euros, se considerarmos a versão Executive Premium aqui ensaiada, e tal como já referimos, apenas está apenas disponível com a motorização Diesel. De salientar que esta versão Executive Premium ocupa o lugar de topo da gama Civic e que, por isso, é a que tem a dose mais generosa em termos de equipamento mas também o preço mais elevado. Entre os diversos elementos que podemos encontrar nesta versão, destaque para o sistema de iluminação totalmente em LED, para o sistema de navegação e para o carregamento para o telemóvel sem fios, entre diversos outros.