Esta patologia é prevenível e pode ser reversível, inicialmente. Para isso, é necessário que haja um cuidado com a alimentação, redução do consumo de bebidas alcoólicas, e, fundamentalmente, uma regularidade da atividade desportiva.
Por José Presa, presidente da Associação Portuguesa para o Estudo do Fígado (APEF)
Estima-se que a esteatose hepática afete mais de um terço da população adulta em Portugal. Uma vez que esta doença consiste na acumulação de gordura nas células do fígado, resultante da sua ingestão em excesso, é imperativo que essa acumulação seja evitada, daí a obrigatoriedade na prática de exercício.
Considera-se fígado gordo quando a gordura corresponde entre cinco a 10% da massa do fígado. Pode ser uma situação simples, que não cause lesão do fígado, ou, pelo contrário, pode evoluir para inflamação deste órgão, e levar ao comprometimento da sua função e a doenças graves, como cirrose hepática ou cancro hepático.
O estilo de vida, sedentário ou ativo, está diretamente relacionado com a prevenção ou tratamento da doença do fígado gordo. A prevenção passa pela adoção de um estilo de vida saudável, alimentação variada e equilibrada, menor ingestão de bebidas alcoólicas e uma grande aposta na atividade física.
As pessoas que são fisicamente ativas têm uma menor probabilidade de desenvolver acumulação de gordura no fígado, comparativamente com aquelas que permanecem fisicamente inativas. Mesmo os indivíduos que já apresentam um fígado gordo, caso melhorem os seus hábitos de vida e adotem um estilo mais ativo a nível físico, veem alterado de forma benéfica o status da gordura no fígado. Não existindo uma terapêutica específica nem medicamentos eficazes para o tratamento da esteatose hepática, os indivíduos devem adotar uma postura preventiva, apostando na dieta equilibrada e prática de exercício, uma vez que apenas a perda de sete a 10% do peso corporal, tem um efeito benéfico sobre a esteatose e a inflamação.
Apesar de ser uma doença silenciosa, sobretudo inicialmente, em alguns casos pode provocar cansaço, perda de apetite, náuseas e vómitos, icterícia, febre e ascite, isto é, a distensão do abdómen por acumulação de líquido, numa fase mais avançada da doença. Por esse motivo, é muito importante que as pessoas consultem o seu médico de forma periódica e façam exames de rotina.
Aposte na prevenção do seu fígado. Faça exercício físico regularmente!