Da China para o Ocidente, a porcelana ocupa um lugar de destaque na História do comércio transatlântico, desde o século XVI. Para contar esta história, a Fundação Oriente inaugura, a 22 de Fevereiro, o núcleo “Porcelana Chinesa de Exportação – Antiga Colecção Cunha Alves”. Apresentadas pela primeira vez no seu conjunto, 209 peças de porcelana produzidas na China, para o mercado ocidental, passam agora a integrar a exposição permanente Presença Portuguesa na Ásia, no Museu do Oriente.
Adquirida pela Fundação Oriente em 2018 ao diplomata Paulo Cunha Alves, a colecção é composta por peças dos séculos XVII a XIX, decoradas ao gosto ocidental da época, com cenas da vida marítima, da expansão da fé cristã, episódios mitológicos ou temas satíricos, anedóticos ou eróticos.
Muito para além do valor estético, a porcelana é um veículo privilegiado para contar a história das relações entre o Oriente e o Ocidente. A chegada de Vasco da Gama à Índia, em 1498, e a conquista de Malaca, em 1511, marcam o início das encomendas de porcelana chinesa para o mercado ocidental, em que Portugal desempenhou um papel pioneiro.
Cobiçada pelas elites europeias pela sua qualidade, a porcelana chinesa era exibida nos salões nos rituais sociais da hora do chá ou do café. Desenhos, pinturas e gravuras eram enviados para a China como modelos, copiados pelos artífices locais e transpostos para a porcelana. O resultado são peças a azul e branco sob o vidrado, e a esmaltes da “família rosa”, grisaille, preto e sépia, bianco sopra bianco, rosa carmim e dourado, sobre o vidrado. Uma diversidade surpreendente ilustrada nas 209 peças que compõem “Porcelana Chinesa de Exportação – Antiga Colecção Cunha Alves”. A 8 de Março, 15.30, o coleccionador Paulo Cunha Alves vai conduzir uma visita orientada, de entrada gratuita.
Em exposição no Museu do Oriente, o acervo de porcelana chinesa de exportação da Fundação Oriente é hoje um dos maiores e mais importantes do país. A integração do núcleo “Porcelana Chinesa de Exportação – Antiga Colecção Cunha Alves” na exposição permanente Presença Portuguesa na Ásia, insere-se na aposta estratégica da Fundação Oriente de se posicionar como uma referência no panorama das artes decorativas, em geral, e da porcelana chinesa, em particular.