Deixar de fumar pode ser um grande desafio para quem tem este hábito há muitos anos e não sente, pelo menos por enquanto, o mal que o fumo lhe está a fazer. Apesar de haver muitas razões para fumar, há poucas para largar o vício, mas todas elas são avassaladoras: a saúde, o dinheiro e o bem-estar. Muitas das pessoas que hoje têm 50 anos começaram a fumar por curiosidade, na escola, em grupos de amigos, às escondidas dos pais. O hábito de fumar é, em Portugal e noutros países, uma questão cultural (já foi mais), e, por isso, há alguns anos, acender o primeiro cigarro era como uma forma de emancipação precoce: como se fumar nos tornasse mais adultos.
Quem dessa geração continua a fumar hoje, com cerca de 50 anos, fá-lo por motivos completamente diferentes. O stress, a solidão, a ação estimulante da nicotina e, simplesmente, o hábito, são o que leva as pessoas a fumar após vários anos de vício. Não se trata de um prazer e muitos fumadores assumem que poucos são os cigarros que verdadeiramente o proporcionam – normalmente, o primeiro do dia e os dois após o almoço e o jantar são aqueles que as pessoas identificam como os mais agradáveis; todos os restantes resultam simplesmente do hábito de fumar um cigarro a seguir ao outro.
É por isso que fumar é um vício. Embora a maioria dos cigarros não proporcionem prazer ao fumador, é difícil passar sem eles. Isto acontece porque a nicotina atua no nosso organismo através do aumento da pulsação, da tensão arterial e do ritmo respiratório, o que, entre outros aspetos, dá ao fumador uma sensação de alerta. No entanto, este efeito desaparece muito rapidamente (cerca de 20 minutos), o que conduz ao consumo do cigarro seguinte e, em pouco tempo, à habituação.
Não é de mais lembrar que os fumadores são mais propensos a contrair cancro da boca, a sofrer de doenças nos doentes e nas gengivas e a ter problemas de mau hálito. O fumo do tabaco afeta também os brônquios, provocando tosse crónica e tornando mais frequentes as mais variadas infeções. Fumar é ainda a primeira causa para o cancro do pulmão. Além de todos estes malefícios, os fumadores têm também o dobro do risco de sofrerem um ataque cardíaco. A nicotina aumenta a tensão arterial e facilita a formação de coágulos no sangue. A nível digestivo, o tabaco pode provocar o cancro do esófago e da garganta e aumenta as secreções gástricas, o que pode levar ao aparecimento de úlceras. Também a pele é afetada pelo tabaco, além dos riscos acrescidos para as mulheres grávidas, no que diz respeito à formação do feto.
A lista de malefícios do tabaco para a saúde é quase infindável, mas, se ainda precisar de uma motivação, pense em quanto está a gastar – e no que poderia fazer com esse dinheiro extra. Fumar um maço de tabaco por dia, a 4,70 euros, representa uma despesa anual de 1.715,50 euros, ou seja, uma boa quantia para tirar umas férias ou comprar qualquer coisa de que precise.
Uma outra razão para deixar de fumar, decorrente da saúde, é o seu bem-estar. Embora muitos fumadores não sintam os efeitos do tabaco ao longo dos anos, todos aqueles que deixam de fumar percebem o quanto melhoram no seu bem-estar geral – respiração mais fácil, maior capacidade pulmonar durante o exercício físico, maior resistência, melhorias significativas ao nível do olfato e do paladar e pele com aspeto mais saudável são efeitos a muito breve prazo da abstinência do tabaco.
Neste artigo, saiba o que acontece ao seu corpo desde o momento em que deixa de fumar e num prazo de 15 anos. Se ainda não deixou de fumar, este é momento de saber o que está a perder.