Do agulha ao carolino: saiba quais os tipos de arroz com mais e menos concentração de arsénio

A recente revisão realizada pela Autoridade Europeia de Segurança Alimentar (EFSA) confirmou os riscos associados ao arsénio inorgânico, reforçando as preocupações já levantadas em avaliações anteriores.

A exposição da população aos metais pesados, especialmente ao arsénio inorgânico, tem sido uma preocupação crescente para as autoridades de saúde alimentar ao longo dos anos. Esta exposição ocorre principalmente através da ingestão de alimentos, com a substância altamente tóxica a ser encontrada em diversas formas e sendo amplamente disseminada tanto por processos naturais quanto devido à atividade humana, sendo maior exemplo a poluição ambiental.

A recente revisão realizada pela Autoridade Europeia de Segurança Alimentar (EFSA) confirmou os riscos associados ao arsénio inorgânico, reforçando as preocupações já levantadas em avaliações anteriores. Este metal é conhecido por estar ligado a uma série de efeitos adversos à saúde a longo prazo, destacando-se entre eles a associação com vários tipos de cancro, sendo o de pele o mais destacado.

A EFSA indica, segundo o El Español, uma margem de exposição (ME) para os consumidores, que é uma medida para avaliar o risco de exposição a substâncias como o arsénio. Essa ME é calculada como a relação entre a dose em que um pequeno efeito adverso é observado pela primeira vez e o nível de exposição à substância numa determinada população considerada. Um valor de ME igual ou inferior a 1 indica um risco aumentado de cancro de pele associado à exposição ao arsénio inorgânico.

Os alimentos desempenham um papel fundamental na exposição ao arsénio, com produtos como arroz e seus derivados, bem como cereais, sendo identificados como as principais fontes dietéticas desse metal. A substância pode estar também na água potável, mas na Europa os níveis são geralmente baixos.

Estudos citados pela EFSA mostraram que o arroz tem uma alta concentração de arsénio e pode representar uma parcela significativa da exposição total ao metal pesado através da dieta.

A EFSA estabelece como valor de segurança o consumo de 0,06 microgramas de arsénio inorgânico por quilo de peso corporal por dia. Numa pessoa com 75 kg, o limite seguro seria de 4,5 microgramas por dia, por exemplo.

Qual o arroz que tem mais arsénio?
Segundo um estudo catalão, realizado em 2018 o pão e os cereais seriam o grupo de alimentos que mais contribuiria com arsénio para a dieta, com até 1,72 microgramas por dia, enquanto o arroz seria o alimento individual com a maior concentração (0,108 mg/kg de produto), e sendo ele próprio o maior contribuinte para o arsénio na dieta, com até 1,09 microgramas/dia, equivalente a 42% do máximo diário recomendado.

O estudo apurou que o arroz carolino integral é o que tem maior quantidade de arsénio (190 microgramas/kg de produto) seguido pelo arroz integral asiático e arroz agulha (127 e 119 microgramas/kg de produto, respetivamente.

Todos os outros arrozes analisados tinham menos de 100 microgramas de arsénio por cada kg de produto, sendo que o que tinha menor quantidade de todos era o arroz pré-cozido.

Embora a variabilidade dos níveis de arsénio em diferentes tipos de arroz seja reconhecida, e a preparação adequada dos alimentos possa ajudar a mitigar os riscos, medidas mais amplas são necessárias para abordar essa preocupação de saúde pública.

Estabelecer limites seguros para o consumo de arsénio inorgânico, como os definidos pela EFSA, e implementar estratégias para monitorar e reduzir a presença desse metal nos alimentos são passos importantes para proteger a saúde da população contra os riscos associados à substância.

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