Fuma poucos cigarros? «O melhor é mesmo cortar de vez»

Um estudo conclui que nem fumar apenas um cigarro por dia pode ser suficiente para reduzir o risco de doenças cardiovasculares.

A investigação e meta-análise de dados entre 1946 e 2015 quis utilizar a relação entre o consumo de cigarros e as doenças cardiovasculares para quantificar o risco de doença cardíaca coronária e acidente vascular cerebral na redução do consumo (um a cinco cigarros/dia). Na conclusão do estudo, os especialistas defendem que «fumar apenas um cigarro por dia tem um risco de desenvolver uma doença cardiovascular maior do que o esperado».

Em números: o risco de as pessoas que fumavam apenas um cigarro era inferior apenas em metade do que em pessoas que fumam 20 por dia. Pelo que os autores afirmam com firmeza que «não existe um nível seguro no tabagismo», no que respeita a doenças cardiovasculares. Além de sugerirem aos fumadores a «parar de vez com o vício do tabaco», se o objetivo for diminuir o risco de sofrer, por exemplo, um ataque cardíaco ou um Acidente Vascular Cerebral (AVC).

Ora, esta meta-análise de uma universidade britânica, em Londres, analisou os dados de 141 estudos em 55 publicações, que já tinham estimado que fumar entre um a cinco cigarros diariamente está associado a um “risco considerável” de desenvolvimento de doenças do coração e avaliou os riscos relativos de fumar 1, 5 ou 20 cigarros por dia.

Os investigadores fizeram, também, uma comparação dos resultados por género e descobriram que os homens que fumam um cigarro por dia têm um risco de 46 por cento de sofrer de doenças cardíacas e de 41 por cento de risco de ter um AVC, comparado com os 53 e 64 por cento, respetivamente de quem fuma 20 cigarros por dia – ainda assim números maiores que os esperados.

Entre as mulheres, um cigarro por dia significa um crescimento de 31 por cento do risco de doenças cardíacas e 34 por cento do risco de AVC, relativos aos 38 e 36 por cento das mulheres que fumam 20 cigarros por dia. Ou seja, este estudo sublinhou que os riscos relativos de doenças cardiovasculares são maiores entre as mulheres.