Uma equipa de investigadores da Universidade de Exeter, no Reino Unido, com acesso aos dados de um banco biológico britânico (UK Biobank), publicou um estudo sobre a hemocromatose hereditária, no qual, avaliou que entre cinco a dez indivíduos por cada mil pessoas é portador desses genes defeituosos.
O professor David Melzer foi um dos coautores do estudo e referiu numa publicação científica que «nos últimos 15 anos estudaram, em laboratório, as várias formas da hemocromatose» disse.
Ora, o organismo dos afetados por esta condição absorve de forma anómala o ferro presente nos alimentos. A acumulação excessiva dessa substância no corpo pode ser tóxica e aumentar o risco das pessoas sofrerem de patologias, como diabetes, artrite ou levar a falências cardíacas.
Os cientistas alertam, contudo, que o tratamento pode ser, relativamente, simples e altruísta, pois doar sangue é uma forma de reduzir os índices de ferro no organismo.
Por isso, Melzer mencionou que «as mulheres tendem a ser diagnosticadas com hemocromatose em idades mais avançadas», devido ao facto de estas perderem ferro de uma forma natural «com a menstruação e com a gravidez», explicou. Embora, «existam casos de mulheres jovens que desenvolvam a doença», acrescentou o especialista.
O foco da investigação foi uma dúvida sobre o facto de algumas pessoas, por volta dos 60 anos, ficarem mais frágeis e doentes e outras viverem até aos 90, sem sofrerem qualquer tipo de patologia.
Assim, foram examinados os registos médicos de cerca de 500 mil indivíduos, entre os 40 e os 70 anos, para apurar quais os genes associados ao envelhecimento dos músculos.
David Melzer ficou surpreendido, pois uma das conclusões do estudo foi ter verificado «que há uma ligação entre o gene da hemocromatose e a fraqueza muscular, dores crónicas e fragilidade nos mais idosos», que nunca foram diagnosticados com hemocromatose, dai «a doença passar despercebida a muitas pessoas», concluiu.