Do jejum intermitente à dieta cetogénica, passando pela mediterrânica ou até o veganismo, há cada vez mais caminhos para atingir um corpo mais saudável — ou pelo menos mais magro. Mas e se a solução estivesse em… comer apenas uma refeição por dia?
A chamada dieta OMAD (“One Meal a Day”) tem ganho popularidade online, com relatos de transformações impressionantes. No entanto, médicos e nutricionistas alertam: nem tudo o que emagrece é saudável — e este é um desses casos.
Foi num fórum da plataforma Reddit que um utilizador partilhou a sua experiência pessoal com a dieta OMAD. Depois de seis meses de jejum intermitente, decidiu dar um passo mais radical e reduzir a ingestão alimentar a uma única refeição diária. E os efeitos — físicos e mentais — não tardaram a aparecer.
“Sinto-me cheio apenas com algumas garfadas. O café da manhã é só… café. Um chá à tarde. E depois espero até às 18h para comer.”
A sua refeição principal exclui açúcares, arroz, pão ou qualquer tipo de hidrato de carbono processado — numa abordagem semelhante à dieta cetogénica. O que sobra no prato são vegetais, fruta e fontes de proteína magra.
Além disso, o autor admite já ter experimentado um “pseudo jejum de 48 horas”, ingerindo apenas 100 calorias em dois dias. O objetivo? Potenciar a perda de peso e ganhar controlo sobre os impulsos alimentares.
Em termos de números, o regime parece ter funcionado: o utilizador afirma ter perdido mais de 15 kg, com o objetivo de eliminar mais 35. Para ele, a solução é clara:
“Tudo se resume à redução calórica. Não precisamos de apps nem de planos milagrosos. Só precisamos de reprogramar o cérebro para deixar de ver a comida como prazer ou recompensa. É apenas combustível.”
Embora o emagrecimento seja real, médicos alertam que a dieta OMAD pode ser perigosa, sobretudo quando feita sem acompanhamento clínico. A ingestão diária recomendada ronda as 2.000 calorias para mulheres e 2.500 para homens. Reduzir este número drasticamente pode levar à deficiência de nutrientes essenciais, perda de massa muscular, problemas metabólicos, fadiga extrema e até distúrbios alimentares.
Além disso, o ato de comer vai muito além da nutrição: envolve sociabilidade, prazer e equilíbrio emocional. Cortar radicalmente a relação com a comida pode ter consequências psicológicas graves, especialmente a longo prazo.
O fascínio por métodos radicais de emagrecimento continua a crescer, muitas vezes impulsionado por redes sociais, influencers e fóruns como o Reddit. Mas é fundamental distinguir entre escolhas conscientes e regimes extremos que colocam em risco a saúde.
Se está a considerar mudanças significativas na sua alimentação, como a dieta OMAD, o melhor passo não é cortar refeições — é consultar um nutricionista ou médico. A saúde não se mede apenas na balança.