Ensaio: Honda Jazz 1.5 i-VTEC Dynamic

Este modelo da marca japonesa sempre demonstrou ser compatível com tudo o que teimamos em transportar diariamente, mas faltava-lhe um motor mais enérgico.

Sempre que nos perguntam qual é o melhor utilitário do mercado em termos de espaço no habitáculo é difícil não pensar no Honda Jazz como uma das melhores propostas. Tal como aprendemos na apresentação da última geração deste modelo, o objetivo principal durante a sua conceção é reduzir o espaço destinado aos componentes mecânicos e aumentar ao máximo a área destinada a passageiros e carga. E nisso, o Jazz não falha, tornando-se melhor a cada nova geração deste modelo.

O que sempre parece ter faltado nesta gama, em Portugal, pelo menos, é um motor mais compatível com quem tem um ritmo diário mais próximo da palavra “frenético”, do que da frase “devagar se vai ao longe”. Pensando nisso, o Honda trouxe para o nosso mercado a opção mais desportiva da gama, que está equipada com um motor de 1,5 litros, com 130 cavalos de potência e que faz com que o Jazz adote um ritmo bem mais vivo do que aquele a que estamos habituados.

Para que seja identificado mais rapidamente, esta versão Dynamic recebe jantes de liga leve de 16 polegadas num tom mais escuro e detalhes como o apontamento em vermelho dos para-choques dianteiro e traseiro de visual mais desportivo. Além disso, esta versão conta ainda com umas saias laterais de dimensão mais generosa e com uma asa traseira quase ao nível de uma versão Type-R.

Dinamicamente, o Honda Jazz continua a não ser um desportivo. As suspensões são demasiado brandas e a direção está mais vocacionada para o trânsito urbano do que para uma estrada de montanha, mas agora, o Jazz não desilude em termos de ritmo e já gosta de fazer ultrapassagens e explorar a faixa de regime do motor e a sua caixa manual de seis relações, com a grande surpresa de não ver os seus consumos passarem para valores mais disparatados devido ao maior bloco e ao acréscimo de potência. A média do nosso ensaio ficou ligeiramente acima dos seis litros, sendo que raramente andámos em ritmo mais moderado.

A bordo continua a ser o espaço disponível que mais nos chama a atenção, tal como a versatilidade dos assentos traseiros, que libertam mais espaço para carga do que alguns veículos comerciais. No entanto, tanto os assentos como o volante e o comando da caixa de velocidades têm um tom mais negro e incluem costuras em laranja, que servem para adicionar aquele pequeno toque mais desportivo. Ao volante, a posição de condução inclui uma boa visibilidade, mas não inspira o condutor a adotar um modo de condução mais dinâmico e sim a despachar-se quando já se encontra perto da hora de deixar os miúdos no colégio antes de arrancar para o meio da cidade.

Com a motorização de 1,5 litros e com o nível de equipamento Dynamic, o único disponível em conjunto com este motor, o preço do Honda Jazz começa nos 23.550 euros, mas o equipamento de série já é bastante completo e inclui elementos como o ar condicionado, os faróis dianteiros em LED ou a ligação para o telemóvel via Bluetooth. O tom de branco metalizado presente na unidade ensaiada representa um acréscimo de 500 euros ao valor final do Jazz, mas as jantes escuras de 16 polegadas e os detalhes em vermelho em ambos os para-choques já fazem parte do equipamento de série desta versão mais desportiva.

André Mendes

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