Seja em casas-de-banho públicas ou em casa de amigos, as pessoas que lidam com esse problema sentem uma barreira psicológica que os impede de realizar necessidades fisiológicas básicas fora de sua zona de conforto.
Diferente de doenças que afetam diretamente o funcionamento da bexiga, a parurese tem origem emocional, sendo considerada um tipo de fobia social.
A parurese pode afetar pessoas de diferentes idades, com causas que variam de acordo com a experiência de cada um. O medo de ir à casa-de-banho pode estar relacionado com abusos sexuais, traumas psicológicos deixados por situações vividas ou experiências negativas que envolveram o ato de urinar.
Uma das origens principais pode acontecer durante a infância. O medo de urinar em qualquer lugar em que não se sente seguro está relacionado com a fase infantil em que, de alguma forma, a criança foi envergonhada, ameaçada, exposta, deixada em desamparo, desprotegida. Pode ter sofrido um processo de repressão que mais tarde se transformou num sintoma.
Apesar de poder surgir em todos os géneros, as diferenças na educação das meninas podem justificar o aparecimento da parurese em mulheres adultas.
A sexualidade das raparigas é mais complexa. Elas sofrem com as regras morais, diferentes dos rapazes. Elas não podem fazer xixi em qualquer lugar, nem perto das pessoas que não podem vê-las sem roupa, porque é feio. Já o rapaz é exibido e vangloriado por urinar sem limitações, o que leva a um processo de desinibição.
Por ser uma condição pouco falada, é comum que exista dificuldade em compreender quando o desconforto se tornado anormal. No geral, quem possui o diagnóstico de parurese costuma apresentar os seguintes sinais:
- Força a ida à casa-de-banho com frequência antes de sair de casa, a fim de esvaziar a bexiga
- Liga a torneira quando vai à casa-de-banho ou procura fazer ruídos, para que ninguém o ouça urinar
- Ingere poucos líquidos propositalmente, para que não precise de ir à casa-de-banho
- Só usa casas-de-banho partilhados quando o ambiente está vazio
O tratamento da parurese é totalmente psicológico. Ao compreender como foi o desenvolvimento e a infância de quem sofre com a parurese, é possível identificar as origens do problema, aplicando as ferramentas ideais para cada paciente.