Já pensou em reformar-se e ir viver numa autocaravana? Leia este artigo primeiro

Conheça a história de um casal que conseguiu transformar o sonho em realidade.

Para muitos, a possibilidade de abandonarem o seu trabalho tradicional e partirem em viagem numa caravana pelo país fora é um sonho que pode parecer difícil de alcançar. A liberdade de horários, a flexibilidade para puderem estar onde quiserem e ausência de uma rotina chata são algumas das razões que levam cada vez mais pessoas a adotar este estilo de vida alternativo.

Nos EUA, de acordo com a RV Industry Association (RVIA), o número de pessoas que escolhem viver full-time numa autocaravana situa-se entre as 500 000 e um milhão de pessoas.

Apesar deste estilo de vida parecer idílico para uns, certamente não será para todos nós. A ideia de ir passar a maior parte do seu tempo num espaço apertado, sem as melhores condições e de ter de lidar com os julgamentos de familiares e amigos sobre esta sua decisão pode não parecer de todo apelativa.

Para Karen e Paul Soares (um casal americano entrevistado pela Considerable) a ideia de abandonarem os seus trabalhos bastante bem pagos no sector tecnológico surgiu na altura em que Karen, ao fazer 50 anos, chegou a uma importante conclusão. Basicamente devido à exigência das suas profissões o casal só passava tempo junto aos fim-de-semanas. “Todo o meu tempo era passado a considerar as conquistas passadas e não a imaginar o futuro”, confessa Karen. A semana era toda consumida pelo volume de trabalho, que a deixava exausta. Tudo isto para manter um estilo de vida que no final das contas não a deixava propriamente feliz. ”Decidi que não era esta a vida que queria viver mais”.

Em 2016 após anos a tentar reduzir os seus custos e gastos, Karen e Paul, decidiram abandonar os seus empregos, venderam todas as suas propriedades e compraram uma autocaravana. O plano era viajarem e irem ganhando algum dinheiro tocando música ao vivo em diversos pequenos eventos e festas gastronómicas espalhadas pelo país.

“Assim que reduzimos os nossos gastos, deixámos de precisar dos nossos salários altos para nos sustentarmos”, explica Karen. “Encontrámos mais valor e felicidade ao passarmos bastante mais tempo juntos a escrever, compor e a tocar música”.

Será que este estilo de vida é certo também para si? Eis algumas dicas para todos aqueles que estão a pensar reformar-se e viver full-time numa autocaravana, segundo Karen Soares.

 

  1. Terá que gostar muito do seu parceiro. Mesmo muito.

Viver 24 horas por dia com o seu parceiro num espaço extremamente apertado não é para todos. Esta situação será um teste para qualquer relacionamento. Acima de tudo devem ter uma amizade e uma grande compatibilidade que resista a todas as adversidades.

  1. Menos espaço, significa menos coisas

Numa autocaravana não terá direito a um closet, a uma arrecadação ou sótão. Terá que aprender a viver com menos e apreciar outras coisas para além dos seus bens materiais

  1. Viajar numa autocaravana exige planeamento

É essencial que ao viajar numa caravana analise os melhores locais de paragens e faça reservas com antecedência, de forma a evitar quaisquer constrangimentos.

  1. Os recursos são limitados

Terá um limite máximo de água e eventualmente de eletricidade que terá que aprender a gerir. Prepare-se para os inconvenientes associados a esta situação.

  1. A manutenção de uma autocaravana é cara

O valor de manutenção anual do seu veículo pode facilmente ascender aos 2 000€. O inverno e o tempo chuvoso podem exigir uma ainda maior precaução.

  1. Tenha acesso a um veículo complementar

Fazer pequenas viagens à cidade com uma autocaravana nunca é divertido. É recomendado que se faça acompanhar por uma mota ou por um carro ligeiro atrelado que lhe permita fazer este tipo de trajetos mais curtos.

 

Conclusão

Acima de tudo, a decisão de vender a sua casa e ir viver numa autocaravana nunca deverá ser uma decisão impulsiva. No entanto de acordo com Karen, o alivio e a diminuição do stress associado a esta mudança de estilo de vida transformou positivamente a sua vida. “Sou agora uma pessoa totalmente diferente. O meu corpo está mais saudável e sinto-me em geral muito melhor”, conclui.

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