O ministro da Saúde reconheceu hoje que há “problemas inesperados” com o novo modelo de prescrição de medicação para doenças crónicas e que “alguns erros” têm que ser corrigidos, garantindo que tudo será resolvido em “algumas semanas”.
“Parece que aconteceu que se verificaram alguns problemas no sistema informático. Devo dizer que são inesperados. Tínhamos experimentado o sistema informático na Unidade de saúde Local do Alto Minho, eu próprio assisti em Lisboa à emissão das primeiras receitas nesse modelo e tudo correu bem”, disse Manuel Pizarro no Porto, à margem da inauguração do Espaço Cidadão localizado no Instituto Português de Oncologia (IPO).
O ministro reconheceu ainda ser necessário tempo para que os profissionais de saúde se adaptem ao novo sistema de prescrição de medicação para o tratamento de doentes crónicos.
O Jornal de Noticias dá conta na edição de hoje que as novas regras da prescrição e da dispensa dos medicamentos para doenças crónicas na farmácia complicaram a vida a utentes, médicos e farmacêuticos, que se queixam de um período curto para se adaptarem às novas regras do sistema de Prescrição Eletrónica de Medicamentos (PEM).
“Lamento os incómodos e vamos corrigir isso não tenho nenhuma dúvida que dentro de algumas semanas isso estará resolvido e este projeto vai mostrar o seu valor (…) A dificuldade de adaptação há mudança existe sempre, nós estamos treinados para um sistema e há sempre um período de adaptação à mudança e admito que haja também alguns erros que tenham que ser corrigidos”, disse Manuel Pizarro.
O novo modelo de prescrição para o tratamento de doenças crónicas prevê que sejam passadas receitas com a duração de um ano, evitando dessa forma que os doentes tenham que se deslocar aos Centros de Saúde regularmente apenas para que lhes seja passada uma receita.
Manuel Pizarro foi ainda questionado sobre a organização das urgências na época de Natal e Ano Novo, alturas de grande procura daquele serviço, e disse que “a época de inverno é sempre uma época mais difícil porque as infeções respiratórias próprias desta época do ano atingem de forma desproporcionada as pessoas mais idosas com mais patologias e motivam mais pressão sobre os hospitais”.
No entanto, referiu, “este ano há, desse ponto de vista, uma boa noticia, a campanha de vacinação misturando os centros de saúde e farmácias está a correr muito bem”.
“Temos níveis elevadíssimos de vacinação nas pessoas acima dos 65 anos, é uma das razões que, apesar de tudo, no conjunto do país o aumento da pressão não tem sido tão grande (…), estamos a trabalhar para que a rede do Serviço Nacional de Saúde possa dar a resposta o mais adequada possível que no caso das urgências nunca é aquela necessária, temos uma reforma das urgências que temos que realizar”, apontou.