O ator Nicolau Breyner aos 75 anos e mais de 55 de carreira: foi ator, produtor, realizador e uma das figuras mais populares da ficção nacional. Nico faleceu em casa de “causas naturais”, ao que tudo indica de ataque cardíaco.
Na altura o ator estava a gravar a telenovela A Impostora, para a TVI tendo a sua morte repentina chocado o mundo das artes e não só.
Alentejano de Serpa, Nicolau Breyner nasceu em 1940 na vila alentejana, onde passou parte da infância. Foi como o “tanoeiro”, um pequeno papel na peça Leonor Telles, que, a 20 de Abril de 1960, se estreou no teatro, depois de ter vindo para Lisboa, para estudar no Conservatório – canto e teatro. A estreia na televisão deu-se com “Cruzeiro de Férias”, ao lado de António Silva.
Ao longo dessa década tornou-se numa das primeiras figuras do teatro de revista e na década seguinte num dos atores mais populares do país, graças à televisão. Para a maior a parte dos portugueses, será sempre o Sr. Contente, metade da dupla “Sr. Feliz e Sr. Contente”, rábula que protagonizava com Herman José. Mas marcou a televisão com programas como Eu Show Nico (1980) ou Gente Fina é Outra Coisa (1983).
Foi também ator e coautor da primeira novela portuguesa, Vila Faia, em 1982. Na telenovela desempenhou um papel marcante, o de João Godunha. Trabalhou também como realizador de várias séries e produtor de TV, tendo sido o fundador da NBP Produções.
No cinema participou, por exemplo, em ” O Barão de Altamira” (1986), “Jaime” (1999), “Os imortais” (2003), “A Bela e o Paparazzo” (2009) e “Os gatos não têm vertigens” (2014) e assumiu o papel de realizador, entre outros, em “Contrato” e “Sete pecados rurais”. Henrique Campos, Joaquim Leitão, António-Pedro Vasconcelos, Luís Galvão Telles, António da Cunha Telles, Leonel Vieira, Jorge Paixão da Costa e Fernando Lopes foram alguns dos realizadores com quem trabalhou.
“A missão do ator é simplesmente emocionar as pessoas. Levá-las ao riso ou às lágrimas. Fazer com que nos odeiem ou nos amem. Enfim…. É fazê-las sonhar. Quando isso acontece, a vossa missão está cumprida”. A frase, de Nicolau Breyner, inscrita no site da escola de atores NBAcademia, que fundou, sintetiza o trabalho de uma vida ligada à representação.