“Em nome da minha mãe e da nossa família, é com grande tristeza que anuncio o falecimento do meu pai, o ilustre Brian Mulroney, 18.º primeiro-ministro do Canadá. Morreu em paz, rodeado pela família”, anunciou a filha Caroline Mulroney.
O atual primeiro-ministro canadiano, Justin Trudeau, manifestou pesar pela morte de Mulroney.
“Nunca deixou de trabalhar para os canadianos e tentou sempre fazer deste país um lugar ainda melhor. Nunca esquecerei as perspetivas que partilhou comigo ao longo dos anos. Era generoso, incansável e incrivelmente apaixonado”, declarou Trudeau nas redes sociais.
Mulroney, que nasceu na província francófona do Quebeque, foi eleito líder do Partido Conservador do Canadá em 1983 e, um ano mais tarde, tornou-se primeiro-ministro após vencer as eleições com a segunda maior percentagem de deputados da história do país, 75%.
Depois de chegar ao poder, Mulroney implementou reformas económicas controversas e negociou com o então Presidente dos EUA, Ronald Reagan, um acordo de comércio livre que muitos no Canadá temiam que diluísse irreversivelmente a soberania canadiana.
Anos mais tarde, o tratado transformou-se no Acordo de Comércio Livre da América do Norte (NAFTA, na sigla em inglês), com a inclusão do México.
Na política interna, Mulroney tentou que o Quebeque aceitasse a Constituição canadiana de 1982 em troca de incluir na Carta Magna que a província onde nasceu era uma “sociedade distinta”, única entre os restantes territórios do país.
A recusa em 1987 das outras províncias canadianas em apoiar as reformas constitucionais propostas por Mulroney provocou um ressurgimento do nacionalismo quebequense que culminaria no referendo sobre a soberania de 1995, no qual os partidários da independência obtiveram 49,4% dos votos.
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