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Opinião: «Melanoma pode aparecer em qualquer zona do corpo e em qualquer idade», Marta Ribeiro Teixeira, dermatologista

14 Maio 2025
Marta Ribeiro Teixeira, dermatologista Clínica Espregueira no Porto

Artigo de opinião de Marta Ribeiro Teixeira, dermatologista Clínica Espregueira no Porto

O melanoma é um tumor de pele maligno, que tem origem a partir das células responsáveis pela pigmentação da pele, os chamados melanócios. Em Portugal são diagnosticados, em média, 1500 casos deste tumor por ano. A incidência do melanoma aumentou cerca de 40% nos últimos anos e espera-se que continue a aumentar drasticamente.

O melanoma pode aparecer em qualquer zona do corpo (pele e mucosas) e em qualquer idade. O melanoma é responsável pela maioria (70%) das mortes por cancro de pele. Cerca de 30 % dos melanomas têm origem num sinal pré-existente que sofre alteração. Os restantes 70% aparecem de novo, ou seja, é uma lesão que aparece sem relação com um sinal.

Apesar de poderem aparecer em qualquer zona do corpo, as estatísticas mostram que nas mulheres são mais frequentes nos membros inferiores e nos homens nas costas.

A exposição solar é o principal fator de risco para o desenvolvimento de melanoma. Estima-se que cerca de 80-90% dos casos de cancro de pele sejam provocados pela exposição desprotegida à radiação ultravioleta (UV). Tanto a exposição solar cumulativa (dose total ao longos dos anos), como a exposição solar intensa de curta duração (idas à praia, solários, atividades de lazer e desporto no exterior) aumentam o risco de melanoma. Isto acontece com e sem escaldão. Esta exposição à radiação UV é particularmente perigosa em idade pediátrica, visto que a pele das crianças é ainda imatura e não se consegue defender desta agressão. Sabe-se que um escaldão em idade pediátrica duplica o risco de desenvolver melanoma.
Outros fatores de risco para o desenvolvimento de melanoma são história pessoal ou familiar de melanoma, presença de múltiplos sinais atípicos, elevado número de nevos (>50), fotótipos baixos (peles mais claras), história de múltiplos escaldões, uso de solários, imunossupressão (por exemplo depois de transplante de órgãos) e profissões ao ar livre (jardineiros, carteiros, etc).

Medidas de fotoproteção como o uso correto e diário (todos os dias!) de protetor solar, fotoproteção têxtil, evitar a exposição solar entre as dez e as 16 horas, o autoexame dos sinais e rastreios dermatológicos frequentes são fundamentais para a prevenção do melanoma.

Quando diagnosticado numa fase precoce o melanoma tem um bom prognóstico, com uma sobrevida na ordem dos 98%. Quando diagnosticado tardiamente, o melanoma pode ter um comportamento muito agressivo, podendo metastizar para qualquer outro órgão.

O tratamento do melanoma é cirúrgico. É feita a remoção cirúrgica com margens de segurança do tumor e em alguns casos pode estar indicada a pesquisa do gânglio sentinela e eventual exérese dessas cadeias linfáticas. Em casos de doença avançada podem estar indicados a radioterapia e tratamentos sistémicos como, por exemplo, a imunoterapia. Esta veio revolucionar o tratamento dos melanomas avançados e melhorar muito a sobrevida dos pacientes com esta patologia nos últimos anos.

No que diz respeito ao melanoma, o melhor é mesmo prevenir. Por isso mesmo é que é tão importante neste mês de Maio assinalarmos o mês para a prevenção e sensibilização para o melanoma. Ainda há muita desinformação e trabalho a fazer.

Deixo aqui as regras ABCDE, as quais podem ser usadas por todos em casa para o autoexame dos sinais:
A: assimetria – lesões assimétricas merecem mais atenção.
B: bordos irregulares
C: cor – lesões com duas ou mais cores
D: dimensão superior a 6 mm
E: evolução – qualquer lesão que mude na forma, cor, tamanho, relevo, passa ser acompanhada de dor ou prurido ou sangra deve ser avaliada por um dermatologista