Mais de 150 anos depois da invenção do papel higiénico tal como o conhecemos, o debate continua: o papel deve sair por cima ou por baixo do rolo? Para muitos é apenas uma questão de hábito. Para outros, é motivo de discussões sérias — e até de pequenas guerras silenciosas entre membros da mesma casa.
Agora, a microbiologista clínica Primrose Freestone, professora na Universidade de Leicester, no Reino Unido, decidiu colocar um ponto final nesta questão. E a vencedora é… a posição “por baixo”!
Segundo a investigadora, a posição “por baixo”, com o papel virado para a parede, é mais higiénica e segura do que a habitual posição “por cima”.
Porquê? Porque nesta posição é possível manusear o papel apenas com uma mão, minimizando o contacto com o rolo e, consequentemente, reduzindo o risco de contaminação por bactérias.
“Há mais manuseamento do rolo quando o papel está na posição ‘por cima’,” explicou Freestone ao MailOnline. “É preciso uma mão para segurar o rolo e outra para rasgar o papel.”
Já na posição “por baixo”, é possível prender a folha contra a parede com uma mão e rasgá-la com facilidade — sem necessidade da segunda mão, que pode estar mais exposta a germes.
A investigadora alerta que as mulheres estão particularmente em risco, já que geralmente usam mais papel e têm maior exposição a possíveis infeções urinárias.
Além disso, o risco de transferência de bactérias da mão para a zona genital pode ser maior com o uso incorreto do papel — algo que pode ser mitigado com a posição “por baixo”.
Freestone sublinha que esta recomendação é especialmente importante em casas de banho públicas, onde as superfícies — desde as portas aos assentos — estão muitas vezes carregadas de microrganismos.
“É por isso que é tão importante lavar bem as mãos após usar a casa de banho — e, já agora, evitar usar o telemóvel no WC,” reforça a especialista.
Mas… e o argumento do design?
Curiosamente, o design original do papel higiénico, patenteado em 1891 por Seth Wheeler, mostra o papel na posição “por cima”. E sim, a maioria das pessoas prefere essa forma: segundo vários inquéritos, cerca de 70% usam o papel por cima e apenas 30% por baixo.
Há também quem defenda que, por baixo, é mais difícil para crianças e gatos puxarem o rolo até ao chão. Já os defensores do “por cima” dizem que permite melhor controlo sobre a quantidade de papel usada.
Afinal, quem tem razão?
Se és do #TeamPorCima, talvez esta seja a altura de reconsiderar. Pelo menos do ponto de vista da microbiologia, usar o papel por baixo é mais higiénico e mais prático, especialmente em contextos partilhados.
Mas, como em tantas coisas na vida, talvez o mais importante seja… lavar bem as mãos depois — e manter a boa disposição, mesmo quando o papel não está “do teu lado”.