Apesar da incerteza económica, os consumidores não estão dispostos a reduzir o montante gasto em saúde e bem-estar, de acordo com o mais recente de uma série de estudos que a Accenture tem vindo a realizar para conhecer as perspetivas e sentimentos dos consumidores desde o início da pandemia.
O inquérito global — com respostas de mais de 11mil consumidores globais — revelou que mesmo perante a incerteza generalizada e a tensão financeira pessoal, os consumidores consideram a saúde e o bem-estar prioritários, a par da alimentação e dos gastos domésticos. Apesar de dois terços (66%) dos inquiridos afirmarem sentir-se financeiramente pressionados, 80% dos mesmos tencionam manter ou aumentar as suas despesas em áreas relacionadas com saúde e bem-estar – como por exemplo atividade relacionadas com exercício físico – no próximo ano.
O estudo da Accenture também concluiu que os inquiridos parecem ter uma perspetiva mais holística do bem-estar, enquadrando-o muito mais como um produto de consumo básico. Para além de mais de quatro em 10 inquiridos (42%) afirmarem estar a aumentar a sua atividade física, um terço (33%) dizem estar mais focados em actividades selfcare – como por exemplo tratamentos de beleza – em comparação com o ano anterior.
Mesmo com o aumento dos custos das viagens, o inquérito mostrou que metade (51%) dos consumidores planeiam manter ou aumentar os seus gastos em viagens de lazer no próximo ano – o que não é surpreendente devido aos reconhecidos benefícios de bem-estar associados às férias. Além disto, dois em cada cinco (39%) dos consumidores com rendimentos elevados reservaram uma viagem nos próximos 12 meses. Entre os millennials, um em cada cinco (21%) reservou um retiro de bem-estar este ano. Finalmente, um terço (33%) dos entrevistados afirmaram estar dispostos a sacrificar produtos domésticos ou eletrónicos não essenciais para que possam viajar.
Embora o inquérito da Accenture tenha identificado onde e como os consumidores prioritizam os seus gastos, é importante que as empresas compreendam o contexto em que essas decisões de compra são tomadas. Segundo um relatório recente da Accenture, “The Human Paradox: From Customer Centricity to Life Centricity”, está a tornar-se cada vez mais difícil para os consumidores equilibrar o propósito e o sentido prático nas suas compras, com quase dois terços (64%) a desejar que as empresas respondam de forma mais rápida com novas ofertas para corresponder às mudanças das suas necessidades. Só compreendendo esse contexto é que as empresas terão a estratégia certa para oferecer as marcas, produtos e serviços mais relevantes.