O Júri do Prémio LeYa, reunido ontem e hoje, decidiu atribuir, por unanimidade, o Prémio LeYa 2023 ao romance Não há Pássaros Aqui, de Victor Vidal (fotografia em anexo).
O Júri começa por sublinhar a coerência entre a escrita correntia tão adequada à inserção de uma história invulgar de grande violência e de segredos escondidos na aparente banalidade do quotidiano. Mas o Júri não valoriza menos o acerto da análise psicológica, tanto no resgate da memória da infância, quanto perante os acontecimentos mais brutais das relações familiares (em particular entre filha e mãe).
Na escrita orgânica deste romance está sempre presente a materialidade do corpo e as diferentes formas de o dizer e de o ferir, ao mesmo tempo que os mistérios se vão desvendando com a mesma força com que no fim a pintura reveladora, mas dilacerante, tem de ser destruída.
Victor Raphael Rente Vidal, nascido em 1991, no Rio de Janeiro (32 anos), é formado em História de Arte, na especialidade de arte japonesa. Desenvolve a sua atividade na área académica. Doutorando em Artes Visuais pelo PPGAV-Univ. Federal do Rio de Janeiro, na linha de pesquisa em História e Crítica da Arte. É mestre em Estudos Contemporâneos das Artes pelo PPGCA-UFF (2017). Bacharel em História da Arte pela Escola de Belas Artes da UFRJ (2014). Não há pássaros aqui é o seu primeiro livro.