A pergunta que muitos colocam é: será que precisamos mesmo desse dia? Um dia é o tempo que a Terra leva para girar uma vez — 24 horas. Já um ano, é quanto tempo leva para a Terra orbitar o Sol — 365 dias. Ou melhor 365,24219 dias.
Arredondando, essa diferença dá um dia inteiro depois de quatro anos, que é adicionado ao mês mais curto do ano: fevereiro.
E ocasionalmente, um ano bissexto é saltado. Isso porque ao arredondarmos 365,24219 dias para 365 dias, deixamos uma pequena diferença que acabaria por adicionar três dias extras a cada 400 anos.
Para corrigir isso, anos que encerram séculos só são bissextos se puderem ser divididos por 400.
Apesar de parecerem confusas, essas regras são importantes para que o nosso calendário esteja sincronizado com as estações do ano.
Por que temos anos bissextos?
Para responder sobre qual a razão que a cada quatro anos temos esta anomalia nos calendários devemos voltar à Roma antiga, há mais de dois milénios, quando se descobriu que o calendário não estava totalmente alinhado com o ano solar.
Foi o Júlio César quem pediu ao astrónomo alexandrino Sosígenes que o ajudasse a criar uma alternativa ao calendário romano mais adaptada à realidade e à rotação da Terra.
O nosso planeta não leva apenas 365 para dar uma volta à voltado Sol, mas sim 365 dias, 5 horas, 48 minutos e 56 segundos.
Por isso, Sosígenes propôs um calendário extremamente similar ao dos egípcios, que tinha 365 dias com um dia adicional a cada quatro anos para se alinhar com o ano solar.
Assim nasceu o calendário juliano, batizado em homenagem ao imperador.
Porém, esse sistema também tinha pequenos erros e foi sendo progressivamente substituído pelo calendário gregoriano a partir de 1582. É esse o calendário que nos rege hoje.
Como o calendário juliano exigia um dia adicional a cada quatro anos, os romanos decidiram que esse dia seria em fevereiro, que na época era o último mês do ano.
O nome bissexto vem do latim “ante diem bis sextum Kalendas Martias” (“o sexto dia antes das Calendas de Março”), ou seja, o dia 24 de fevereiro. Como a frase era longa, acabou resumida para “bis sextus”, que em português virou bissexto.
Anos depois, o papa Gregório 13 decidiu com, uma bula papal, aperfeiçoar o calendário. Uma das mudanças foi que o dia adicional dos anos bissextos seria o 29 de fevereiro, e não o 24, definido pelo calendário juliano.