Qual o “espaço” da intimidade na era das tecnologias digitais?

A exposição “Speculative Intimacy” da artista Alicia Kopf reflete sobre a forma como as novas tecnologias estão a alterar as relações humanas.

A Fidelidade Arte e a Culturgest vão inaugurar a exposição “Speculative Intimacy”, da artista plástica e escritora catalã Alicia Kopf. A exposição, que decorre no âmbito do projeto Reação em Cadeia, e que conta com a curadoria de Bruno Marchand, vai estar patente de 11 de setembro até 20 de novembro no Espaço Fidelidade Arte (Largo do Chiado 8, em Lisboa), com entrada gratuita.

Partindo das leis da atração dos corpos celestes e da sua possível analogia no campo das relações humanas, a exposição “Speculative Intimacy” que Alicia Kopf traz ao ciclo Reação em Cadeia traça um diagnóstico das novas formas de intimidade na era das tecnologias digitais e da inteligência artificial. Mais concretamente, os vídeos, desenhos e textos reunidos nesta exposição constroem entre si um duplo movimento.

Por um lado, eles procuram nos mais recentes desenvolvimentos da cosmologia e da física quântica vislumbres de uma lei cabal do comportamento dos corpos: uma lei tão completa que explicasse a mecânica daquilo que nos impele para um Outro, que chegasse a revelar, por fim, a natureza dessa energia peculiar a que chamamos amor.

Por outro lado, estas obras colocam-nos frente à virtualização que as novas tecnologias prometem impor às formas e às vivências desse mesmo amor: o ecrã do telemóvel como reduto sensual dos contactos interpessoais, a miragem do prazer à distância de um clique, o isolamento paradoxal da ultraconetividade, a sedução transcrita na forma de um algoritmo.

 

Sobre a artista plástica e escritora Alicia Kopf

Alicia Kopf (Girona, 1982) vive e trabalha em Barcelona e é formada em Belas Artes e em Literatura Comparada. Enquanto artista visual recebeu o prémio GAC / DKV, em 2014, pela melhor exposição individual do ano de um artista jovem, com Seal Sounds Under the Floor (Galeria Joan Prats, Barcelona). O seu romance Irmão de Gelo (Alfaguara Portugal, 2018) recebeu os prémios Documenta 2015 e Llibreter 2016, assim como El Ojo Crítico de RNE (Rádio Nacional de Espanha) e Cálamo Otra Mirada, em 2017. O livro foi traduzido para dez línguas.

 

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