Ao contrário do que muito possam pensar o cansaço e a fatiga não são consequências naturais e inevitáveis do envelhecimento. Quem o afirma é Barbara Resnick (co-diretora do Biology and Research Center da Universidade de Maryland, nos EUA) que explica à AARP que estes tipos de sintomas estão antes mais relacionados com algumas alterações e doenças que afetam o nosso organismo.
O cansaço pode ser um sinal de muita coisa. Sempre que o nosso corpo “combate” uma qualquer doença ou infeção é natural sentir uma maior fatiga. Alguns tratamentos – tais como a quimioterapia – são igualmente conhecidos por desgastarem o nosso organismo. O cansaço pode igualmente ser um sintoma de Covid-19 ou de outra qualquer doença contagiosa.
No entanto, na maioria dos casos, esta fatiga pode não representar nada sério. É apenas uma sensação que nos afeta momentâneamente e que desaparece habitualmente com o tempo ou após uma noite de sono.
No caso deste cansaço se tornar crónico e durar de forma constante ao longo de vários dias ou semanas, então é importante perceber o que o pode estar a causar. Eis alguns dos “suspeitos” habituais que podem estar a interferir com o seu bem-estar.
- Medicação
Os adultos com mais de 50 anos tendem a tomar mais medicamentos. Muitos destes comprimidos têm efeitos secundários, sendo o cansaço um dos mais frequentes. Antidepressivos, anti-histamínicos, esteroides e medicação para regular colesterol ou pressão arterial, são alguns dos exemplos mais comuns que o podem deixar mais cansado. É fundamental que vá conversando com o seu médico de forma a minimizar este efeito mais negativo. Por vezes um simples ajuste da dose pode reduzir significativamente os sintomas de maior cansaço.
- A qualidade do seu sono
O sono é provavelmente o elemento mais fundamental na correta recuperação do corpo. É durante a noite que o seu organismo irá recuperar a energia. Maus hábitos de sono podem assim contribuir negativamente para o seu bem-estar. Procure garantir que estabelece uma rotina saudável que assegure no mínimo 7 a 8 horas de sono diário.
Cumprir uma rotina rígida em termos de horários, reduzir o consumo de álcool à noite, evitar passar o dia deitado e minimizar o uso de dispositivos eletrónicos no final do dia são alguns dos conselhos que prometem melhorar a qualidade da sua noite de descanso.
- Anemia
Nestes casos, o fluxo sanguíneo não está a conseguir transportar e distribuir oxigénio suficiente. Esta situação tem como principal consequência uma sensação de maior cansaço. Felizmente isto é algo que pode ser detetado através de exames e mais tarde corrigido com uma receita de medicação que fortaleça os níveis de ferro no seu organismo.
- Problemas respiratórios/cardíacos
Para as pessoas mais envelhecidas, as doenças cardíacas são uma das causas mais frequentes de fatiga. Nestes casos é frequente que o coração perca a capacidade de “bombear” sangue de uma forma eficiente. Adicionalmente este tipo de doenças podem gerar uma maior acumulação de fluídos nos pulmões que podem prejudicar a capacidade respiratória dos pacientes.
- Ansiedade ou depressão
Os fatores psicológicos podem igualmente contribuir para uma maior ou menor sensação de cansaço. Situações mais negativas como a morte de amigos/conjugues, perda de emprego ou solidão podem afetar sobretudo as pessoas mais idosas. Sendo certo que nestes casos a medicação antidepressiva pode ser importante, os especialistas recomendam igualmente que procure sair de casa e envolver-se mais na sua comunidade ou família. O exercício físico será igualmente um aliado importante neste processo que, paradoxalmente, poderá ajudar a recuperar alguma da sua energia e diminuir o cansaço.