O síndrome de Cotard é um distúrbio neuropsiquiátrico bastante estranho que faz com que quem dele sofre acredite piamente que é um cadáver ambulante (literalmente).
Outros consideram que são espíritos desencarnados que viverão para sempre, como refere o Science Alert. Independentemente das variações específicas, os pacientes com Cotard vivem uma realidade profundamente distorcida, na qual negam a existência do seu corpo e das suas necessidades diárias.
Um dos problemas que daí advêm é a fome pois estes doentes acreditam verdadeiramente que não precisam de comer, tudo porque vivem numa realidade profundamente distorcida, na qual negam a existência de seus corpos e de suas necessidades diárias.
Dois exemplos terríveis desta doença: uma mulher de meia-idade com histórico de ansiedade e psicose começou a ter delírios niilistas, começando a dizer coisas como: “Estou morta”. Pouco depois parou de comer e recusava-se a tomar a medicação. Outro exemplo refere um homem de 49 anos que deixou de se preocupar com seu bem-estar físico e começou a doar seus pertences. Recusava-se a comer pois pensava que o queriam matar. Uma semana depois de ser internado no hospital, o paciente disse aos médicos que já estava morto e que «seu estômago não funcionava, o seu fígado estava em decomposição, o seu cérebro estava paralisado e seu rosto não tinha sangue».
Atualmente existem cerca de uma centena de casos semelhantes na literatura científica.
As primeiras informações a respeito desta doença datam de 1880, quando o médico francês Jules Cotard estudou o caso de um paciente que afirmava não ter cérebro, nervos, estômago ou mesmo alma.
Algumas semanas depois de os médicos lhe prescreverem aripiprazol, um medicamento usado para tratar a esquizofrenia, os seus sintomas melhoraram. Atualmente, alguns cientistas suspeitam que a doença de Cotard pode não ser uma doença distinta, mas sim um sintoma de problemas subjacentes, como transtorno bipolar, esquizofrenia, depressão ou histórico de uso de drogas ou convulsões.
Sintomas da síndrome de Cotard
- Acreditar que está morto- acredita veemente que não faz mais parte do mundo, tanto que procura comprovar sua atual condição.
- Frequentes crises de ansiedade
- Acredita que os órgãos do corpo estão a apodrecer – pessoas com a síndrome sentem uma espécie de vazio interno, como se estivessem a desaparecer. Por isso, acreditam que o corpo está em decomposição, inclusive, alegam sentir o mau cheiro exalando do corpo.
- Por sentir que já está morto, não sente a necessidade de se alimentar ou beber água, por exemplo.
- Afastam-se do grupo de amigos e da família – pois pensa que já não faz parte do grupo. Inclusive, em alguns casos não consegue reconhecer familiares e amigos e nem se reconhecem à frente do espelho.
- Ter insensibilidade à dor- doentes afirmam não sentirem dor ou o próprio corpo, apenas um cansaço.
- Sofrer alucinações constantes- mas que agora vive entre fantasmas.
- Ter tendência suicida- torna-se numa pessoa negativa, podendo entrar em depressão.