Na generalidade das culturas latinas é à mesa que muitos dos valores transportados pela Páscoa renovam alento, sob a capa da partilha gastronómica. Para o evocar, e para convocar as dificuldades culinárias dessa imensa minoria composta por todos aqueles que padecem da doença celíaca, o Sergio Crivelli – Ristorante Italiano terá na ementa, durante a Semana Santa, uma especialíssima Crostata con Marmellata di Zucca del Siam, ou seja, um Bolo de Chila isento de glúten. Que acaba por ser também uma homenagem à doçaria conventual portuguesa, mas com um twist transalpino.
“A alimentação pensada para doentes celíacos pode ser tão saborosa e criativa quanto a mais tradicional. E convém lembrá-lo, aproveitando também as épocas festivas para surpreender os clientes”, sublinha o Sergio Crivelli, antigo campeão do mundo de pizza sem glúten.
Há vários anos radicado no nosso País e com restaurante montado numa das ruas mais icónicas de Matosinhos, a Brito Capelo, o chef disponibiliza no estabelecimento, o primeiro a ser certificado pela Associação Portuguesa de Celíacos no Norte do País, um menu completo gluten free, cujos ingredientes saem de um laboratório contíguo, para não haver contaminação por alimentos com a proteína.
O Bolo de Chila é apenas mais uma das – muitas – derivações que pensam nas pessoas intolerantes ou alérgicas ao glúten. Para a confeção da iguaria entram farinha sem glúten, ovos, açúcar, manteiga, sal e compota de chila (Cucurbita Ficifolia Bouché).
O Sergio Crivelli – Ristorante Italiano apostou neste segmento há já alguns anos, e que rapidamente lhe garantiu a certificação da APC, depois de o chef ter constatado as limitações alimentares da filha de uma funcionária, que era intolerante ao glúten. Foi essa proximidade a tamanhas dificuldades, que inviabilizava a prova de muitas especialidades italianas, que conduziu Sergio Crivelli ao aprofundamento do seu conhecimento na matéria. “Por ser intolerante ao glúten, os doentes não podem ficar limitados na hora de almoçar ou jantar fora”, explica o Chef italiano e que garante que, cada vez mais, “não só surgem mais pessoas a procurar refeições gluten free, como verificamos que em muitos casos, os familiares, mesmo não sendo intolerantes, acabam por acompanhar os doentes celíacos na escolha de refeições gluten free”.